Home
/
Noticias
/
Exclusivas
/
Como a Bahia sai no tarifaço de Trump: o que ficou fora e o que ficou para trás
Como a Bahia sai no tarifaço de Trump: o que ficou fora e o que ficou para trás
Por Política Livre
31/07/2025 às 16:25
Atualizado em 31/07/2025 às 17:01
Foto: Reprodução/Instagram/Arquivo

A Bahia conquistou uma folga em meio ao tarifaço de 50% dos EUA: produtos como suco e polpa de laranja, sisal, celulose, minérios e derivados de petróleo, itens estratégicos na pauta exportadora baiana, foram incluídos entre os 694 produtos isentos da sobretaxa. Por outro lado, a lista de exceções deixou de fora produtos de alto valor para o Estado: manga, cacau e seus derivados e café, commodities que respondem por boa parte das exportações diretas ao mercado norte-americano, seguem sujeitos à taxa de 50%.
Cordéis e fibras naturais utilizadas para amarrar ou enfardar, derivados do agave ou do próprio sisal, ficaram isentos da nova tarifa. A Bahia responde por cerca de 90% da produção nacional de sisal, com destaque para municípios como Valente, Conceição do Coité, Retirolândia e Serrinha. A isenção representa um alívio pontual para milhares de famílias que vivem dessa cadeia produtiva, ainda que os dados de exportação específicos para os EUA sejam limitados.
Também escaparam da sobretaxa norte-americana produtos como madeira tropical serrada, celulose branca, minerais e químicos, além de alguns minérios e metais como ferroníquel, alumina, silício metálico e ferro-gusa. A Bahia possui polos importantes nesses segmentos, especialmente no sul e no oeste do Estado, e essas exceções ajudam a proteger parte do parque industrial baiano.
Outros itens relevantes poupados foram componentes do setor de aviação e de suco de laranja e castanhas. Apesar da participação mais modesta nesses mercados em comparação com outros estados, a Bahia também colhe benefícios indiretos pela permanência desses produtos na rota de exportação para os Estados Unidos.
Fora das exceções
Entre os setores que não entraram na lista de exceções do tarifaço, cerca de 70?% da produção de manga destinada aos EUA pode não encontrar absorção alternativa em curto prazo, gerando prejuízos estimados em R$?179 milhões, segundo estimativas do setor. A exportação de cacau e derivados também sofre diretamente.
Entre 2020 e 2024, os Estados Unidos responderam, em média, por 18% do valor total exportado de derivados de cacau pelo Brasil, totalizando aproximadamente US$ 72,7 milhões no ano passado. Considerando que a Bahia é o principal estado exportador de cacau do país, é razoável estimar que uma parcela significativa desse valor tenha origem nas exportações baianas
Já o café, embora represente cerca de 4,7?% das exportações brasileiras ao mercado dos EUA, também foi taxado, prejudicando produtores baianos do produto.
