28 julho 2025
A ocupação de prédios públicos por militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Bahia ganhou respaldo político nesta terça-feira (22), com o apoio declarado de um deputado federal aliado ao governo. As ações fazem parte da “Semana Camponesa”, que promove mobilizações em todo o Brasil para cobrar o cumprimento de acordos de assentamento.
Na Bahia, cerca de 250 famílias organizadas pelo MST ocuparam a sede da Codevasf, em Juazeiro. Outras 200 ocuparam o prédio do Incra no Médio São Francisco. O protesto denuncia o descumprimento de um acordo firmado em 2008 entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Incra e a própria Codevasf, para assentar mil famílias no perímetro irrigado Nilo Coelho, que fica na região de Casa Nova (BA) e Petrolina (PE), sendo parte da área cedida pela companhia e parte via Incra.
“O socorro veio do Governo da Bahia, que alojou as famílias em uma área pequena. Mas o MDA e o Incra nacional não operaram nada”, afirmou José Mota, da direção estadual do MST, em nota encaminhada pela assessoria do deputado federal Walmir Assunção (PT), um dos líderes do movimento no Estado.
Segundo João Mota, a Codevasf se comprometeu com o transporte das famílias e projetos hídricos para a produção agrícola, mas o processo emperrou em Brasília. “O MDA está mais preocupado em emitir nota que em resolver o problema real das famílias. Já vamos para o último ano do governo Lula, e a equipe atual se mostra ineficiente”.
Em outra frente, 350 pessoas do MST ocuparam a Ceplac em Itabela, no Extremo Sul, em protesto contra a demora na destinação de áreas para o assentamento de famílias em terrenos vinculados à Superintendência do Patrimônio da União e à própria Ceplac. As negociações para essa ocupação começaram ainda em 2011, mas seguem paradas.
A movimentação do MST, somada ao apoio público de parlamentares petistas, aumenta a pressão sobre o MDA para destravar os processos fundiários, que se arrastam há anos e colocam em xeque a capacidade de entrega da atual gestão federal nas pautas da reforma agrária.
Política Livre