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Eduardo Bolsonaro pode virar primeiro ‘deputado remoto’ se Câmara mantiver ritmo de sessões virtuais
Eduardo Bolsonaro pode virar primeiro ‘deputado remoto’ se Câmara mantiver ritmo de sessões virtuais
Por Roseann Kennedy/Iander Porcella/Estadão
27/07/2025 às 11:20
Atualizado em 27/07/2025 às 17:11
Foto: Reprodução/YouTube

A flexibilidade do regulamento da Câmara pode fazer com que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) inaugure uma nova categoria de parlamentar: o deputado remoto. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro ficará nos Estados Unidos, por medo de ser preso se voltar ao Brasil, e disse que sacrificaria o mandato. No entanto, se a Casa mantiver o ritmo de sessões virtuais adotado pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), Eduardo conseguirá se sustentar no cargo até, pelo menos, o final do primeiro semestre de 2026.
Neste ano, a Câmara já realizou 64 sessões de votação em plenário, 42% foram virtuais. Nesse caso, o deputado pode marcar presença e votar de qualquer lugar do mundo, pelo aplicativo Infoleg. “A única exigência é que providencie conexão à internet com capacidade suficiente para a transmissão segura e estável de áudio e vídeo”, explica a Casa.
A licença de Eduardo terminou neste mês, e ele começará a levar falta nas sessões presenciais a partir do fim do recesso, em agosto. A perda do mandato ocorre quando o parlamentar atinge 30% de faltas no ano legislativo. A estimativa é de que o filho de Bolsonaro atingiria esse patamar de ausências em novembro. Na prática, contudo, ele poderá empurrar esse desfecho por causa das sessões virtuais, em que poderá marcar presença e votar.
Se 2025 acabar e Eduardo não tiver 30% de faltas, a contagem fica zerada. O deputado já tem 4 faltas injustificadas. A considerar o número de sessões corridas no segundo semestre e a média programada para o segundo, de 3 por semana, ele poderia faltar mais 34 vezes. Em 2026, ano eleitoral, só perderá o mandato quando atingir os 30% de ausências no ano, o que dependerá também do ritmo de sessões virtuais.
Caso Chiquinho Brazão
Recentemente, houve um caso de deputado que perdeu o mandato por faltas: Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. O ex-parlamentar foi preso no fim de março de 2024, quando começou a levar faltas. Ele só perdeu o cargo, contudo, um ano depois, em abril deste ano, quando foi feita a análise das ausências do ano anterior.
No ano passado, foram menos sessões virtuais na comparação com o primeiro semestre deste ano. Em 2024 quando as votações ficaram mais restritas aos primeiros meses do ano por causa das eleições municipais de outubro, foram 86 sessões. Desse total, 27% foram remotas, acima do porcentual de 42% deste ano. Ou seja, se esse ritmo for mantido, Eduardo terá mais chances que Brazão de se manter no cargo.
