'Ninguém lá fora vai meter a mão no nosso país dizendo o que a gente deve ou não fazer', dispara Jaques Wagner

Às vésperas de viajar aos Estados Unidos com uma comitiva formada por mais sete senadores que tentarão reverter o "tarifaço", ou seja, a taxação de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para o país norte-americano, o senador Jaques Wagner (PT) fez um duro discurso em defesa da soberania nacional durante o lançamento do Plano Safra Bahia 2025/2026, na quarta-feira (23), no Parque de Exposições, em Salvador.

A expectativa dos senadores é dialogar com representantes do parlamento local e também com empresários dos dois países com o objetivo de tentar reverter a taxação imposta às exportações brasileiras, com início previsto para 1° de agosto. A comitiva suprapartidária embarca nesta sexta-feira (25).

“O Senado vai fazer um gesto de diálogo com os Estados Unidos porque o Brasil é parceiro, mas não é submisso. Nós ficamos independentes em 1823 e foi aqui, na Bahia, no 2 de Julho, que garantimos essa independência. Não tem ninguém lá fora que vai meter a mão no nosso país dizendo o que a gente deve ou não fazer”, afirmou Jaques Wagner.

O líder do governo no Senado também criticou os parlamentares bolsonaristas que estão apoiando a investida do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) de insuflar o governo americano a retaliar o Brasil por conta do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu pai, que responde a crimes como organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.

“Ninguém aqui corre de debate. Se eles querem briga, que façam no quintal deles. Aqui, a gente defende o Brasil de cabeça erguida. Não vamos aceitar ninguém de fora dando lição ou pressionando para soltar quem está sendo investigado”, frisou.

Durante o discurso no evento, que contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues (PT), dentre outras figuras da base aliada, como o senador Otto Alencar (PSD), Jaques Wagner relembrou o contato feito pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin(PSB), ao governo dos Estados Unidos, por meio de carta enviada em 16 de maio.

“Foi uma carta diplomática, sigilosa, responsável, para tratar de comércio, de indústria, de desenvolvimento. Isso é coisa de governo sério. O que não dá é para um ex-presidente e o filho dele ficarem lá fora tentando envergonhar o Brasil por causa de problemas com a Justiça”, declarou.