PT endurece críticas a Trump e a 'golpismo' de Bolsonaros em documento político

O PT deve aprovar em seu encontro nacional no próximo final de semana, em Brasília, um texto com críticas mais duras ao presidente Donald Trump (EUA) e ao "golpismo da extrema direita".

O documento-base do encontro é o da corrente Construindo um Novo Brasil, que controla o PT há 20 anos e saiu vencedora do recente processo de eleição direta do partido.

A atual versão foi divulgada em maio e acabou sendo atropelada pelos fatos. Desde então, houve a polêmica sobre o aumento do IOF, a campanha pela defesa da taxação dos mais ricos e, acima de tudo, o tarifaço de Trump.

"De lá para cá o cenário mudou muito, a gente fez uma reavaliação, mas mantendo a espinha dorsal do texto", diz Alberto Cantalice, dirigente da corrente e responsável pelas emendas ao texto.

Segundo ele, "a escalada trumpista estimulou a família Bolsonaro e seus aliados em seu intento golpista".

O documento a ser aprovado será uma espécie de linha-mestra do partido para a campanha eleitoral do ano que vem, em que Lula deve ser candidato à reeleição. A ordem é subir o tom na estratégia da polarização, em diversas frentes.

Uma delas é a defesa do que o partido apelidou de "taxação BBB" (bilionários, bancos e bets), objeto de uma bem-sucedida campanha nas redes petistas feita com inteligência artificial. A ideia é investir na bandeira da "justiça tributária", com a taxação sobre os mais ricos.

Segundo Cantalice, apesar dos ajustes, os três eixos principais do texto devem ser mantidos: apoio ao governo Lula nas questões internacionais, defesa da política econômica do ministro Fernando Haddad e aposta numa frente contra a direita com alianças pontuais junto a setores de centro.

Correntes minoritárias devem apresentar emendas mais críticas à economia e defendendo alianças mais à esquerda, mas que devem ser rechaçadas em votação durante o encontro.