Senadores brasileiros querem apoio de parlamentares dos EUA contra tarifa
Por Julia Chaib/Folhapress
29/07/2025 às 17:35
Atualizado em 29/07/2025 às 17:45
Foto: Samyra Galvão/Gab. Senador Nelson Trad

Senadores brasileiros querem que parlamentares americanos endossem um manifesto que está sendo articulado junto a empresários nos Estados Unidos para pedir ao presidente Donald Trump que adie a implementação das tarifas ao Brasil.
O republicano anunciou que elas serão aplicadas a partir desta sexta (1º). O grupo de oito senadores brasileiros em Washington tem encontros com congressistas nesta terça-feira (29).
As reuniões, porém, pela manhã, foram com dois senadores democratas, partido de oposição de Trump. Os parlamentares também não têm encontros marcados com integrantes do Executivo americano, o que reduz as chances de avançar em acordos.
Ainda assim, os senadores dizem que o trabalho tem a intenção de sensibilizar os parlamentares e empresários a agirem junto a Trump para evitar as sobretaxas.
"O que nós pedimos a eles é que assinem junto com a Câmara Brasil e Estados Unidos de Comércio o manifesto pelo adiamento das sanções e pela reabertura do diálogo", disse o senador após encontro com Ed Markey, de Massachusetts.
Os senadores também estiveram com Martin Heinrich, do estado do Novo México.
Na semana passada, um grupo de 11 senadores americanos enviaram ao governo dos EUA uma carta criticando as tarifas ao Brasil.
O objetivo é que eles assinem uma carta com a Câmara de Comércio dos Estados Unidos, rechaçando as sobretaxas ao Brasil. Os senadores se reuniram com os empresários nesta segunda (28).
"O Brasil quer separar a questão diplomática da questão política e juntar isso num bom resultado econômico para os dois lados. Fomos muito bem recebidos. Temos o apoio desses parlamentares e à tarde nós vamos dar sequência nesses encontros para que a gente possa ampliar esse nosso posicionamento favorável aqui no Congresso", disse o senador brasileiro Carlos Viana (Podemos-MG).
Mais cedo, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) disse que o grupo busca conseguir adiar a aplicação das tarifas.
"Estamos focando a prorrogação do prazo para início de vigência das tarifas", disse Wagner.
Ele também afirmou não ter uma "expectativa imediata", mas que o trabalho nos EUA é de abrir portas.
"Tudo acontece repentinamente nos Estados Unidos", disse Wagner.
Além dele e Viana, fazem parte da comitiva outros seis senadores, sendo dois ex-ministros de Jair Bolsonaro: Tereza Cristina (Agricultura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).
O grupo é presidido por Nelsinho Trad (PSD-MS), e também tem a presença de Rogério Carvalho (PT-SE), Esperidião Amin (PP-SC), e Fernando Farias (MDB-AL).
Se os senadores conseguirem articular a divulgação da Câmara de Comércio americana, será a segunda vez que os empresários vão se manifestar. Em 15 de julho, a entidade dos EUA, maior associação empresarial do país, já havia tratado publicamente do tema. Em nota assinada com a Amcham (Câmara Americana de Comércio no Brasil), fez um apelo pela negociação em torno das sobretaxas para evitar sua implementação em 1º de agosto. O órgão diz que 6.500 pequenas empresas seriam impactadas nos EUA.
Nesta segunda, os senadores se reuniram com empresas que representam os setores petroleiro e de energia, farmacêutico, agro químico, siderúrgico, transporte e tecnologia.
Estão na lista das que se reuniram com os senadores: Cargill, Caterpilar, DHL, Exxon Mobil, Gilead Sciences, IBM, Johnson & Jonhson, Kimberly-Clark, Merck, Novelis, S&P Global, Shell Usa, The Dow Chemical, Company, TSEA e Vantive.
