Em aceno para 2028, Leo Prates celebra "Dia do Amigo" sob perfil mais agregador e recado de "construção coletiva"

O encontro organizado pelo deputado federal Leo Prates (PDT) no último dia 20 de julho, um domingo, a fim de celebrar o ‘Dia do Amigo’, reunindo dezenas de figuras políticas, repercutiu como uma sinalização de que ele já desenha um movimento para se apresentar como nome viável à sucessão do prefeito Bruno Reis (União Brasil).

No evento, considerado eclético, todavia, Prates teve o cuidado de não fazer menção direta a 2028, embora seja de conhecimento público sua intenção de concorrer ao Palácio Thomé de Souza.

“Em um dado momento ele falou que quer dialogar e construir junto, mas não falou nada de 28”, disse um interlocutor, elogiando o tom adotado pelo pedetista, ao ressalvar, que, mesmo indiretamente, Prates “acenou para o futuro e deu o recado sobre a necessidade de construção coletiva”.

Entre os convidados do ex-secretário municipal de Saúde estavam os vereadores de Salvador Daniel Alves (PSDB) e Cláudio Tinoco (União Brasil), os suplentes Zilton Krüger, Atan Uber, Leandro Guerrilha, Átila do Congo, o deputado estadual Sandro Régis - com quem Prates deve dobrar em 2026 -, o ex-deputado federal José Carlos Araújo, o ex-prefeito de Salvador, João Henrique, o ex-vereador do PT Arnando Lessa, além do empresário e ex-candidato a prefeito de Lauro de Freitas, Teobaldo Costa, e do secretário municipal de Ordem Pública, Décio Martins - sucessor de Prates na Saúde em 2022.

“Amigo é quem acredita e luta com a gente. Hoje, no Dia do Amigo, me reuni com pessoas que dividem sonhos, ideias e a vontade de construir um futuro melhor. Gente que caminha junto, que soma, que fortalece. A conversa foi boa, o coração ficou cheio e a vontade de seguir em frente ficou ainda maior. Obrigado pela presença, pelo carinho e por essa parceria de verdade. Seguimos juntos!”, escreveu Leo Prates nas redes sociais, ao compartilhar registros do encontro.

O roteiro para 2028 passa obrigatoriamente pelo desempenho de Prates na eleição do próximo ano, quando sabe que terá dificuldades para repetir a façanha de conquistar os 88 mil votos recebidos apenas em Salvador - como consequência do trabalho na Saúde durante a pandemia e do apoio do prefeito -, seja em razão de concorrência interna com aliados que serão candidatos a deputado federal, seja pelo movimento de ampliar sua base a fim de evitar atritos em um futuro não muito distante.

“Ele sabe que a candidatura a prefeito não vai ser imposta, vai ter que ser construída”, pontua um aliado. O ambiente amistoso, sem tratativas diretas sobre as eleições, também aponta para uma mudança no comportamento de Prates, que, até o ano passado, vinha sinalizando mais diretamente sobre o “sonho” de governar Salvador, aparentemente desconsiderando as preferências da principal liderança do grupo em Salvador, Bruno Reis, cujas apostas para 2028 recaem sobre a vice, Ana Paula Matos (PDT).

“Agora há um movimento agregador”, reforça outro aliado. “Ninguém foi convocado, todo mundo foi convidado”, diz uma fonte sobre o "Encontro da Amizade", detalhando que o próprio Leo “ligou para convidar”. Segundo apurou este Política Livre, “não teve estímulo nem contra-estímulo” do Thomé de Souza ao encontro de Prates.