EUA e Israel despencam, e China dispara para 49% em avaliação positiva de brasileiros, diz pesquisa

A imagem positiva que os brasileiros têm da China saltou de 34% para 49% de outubro do ano passado até este mês, segundo pesquisa Genial/Quaest realizada entre os dias 13 e 17 de agosto. No mesmo período, a opinião favorável sobre os Estados Unidos caiu de 56% para 44%, e a de Israel despencou de 52% para 35%.

O percentual de brasileiros que têm imagem negativa dos EUA, por outro lado, cresceu de 25% para 48%. O percentual dos que têm opinião desfavorável sobre Israel saltou de 27% para 50%.

As mudanças coincidem com o tarifaço de Trump e com a investida do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para pressionar o STF a interromper o julgamento que deve condenar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), à prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.

O salto da China foi maior entre eleitores que votaram em Lula em 2022 (41% para 61% de avaliação positiva), mas também avançou nos votos brancos e nulos (31% para 50%) e se manteve estável entre quem votou em Bolsonaro (30%).

A queda dos EUA também foi mais acentuada entre eleitores Lula: 51% diziam ter opinião favorável sobre o país, índice que despencou para 23% agora. Entre os apoiadores de Bolsonaro, a aprovação ao país continua majoritária, e até subiu, de 66% para 72%.

No caso de Israel, a rejeição cresceu em quase todos os segmentos, refletindo a repercussão do morticínio em Gaza. Entre os bolsonaristas, a avaliação favorável ao estado judeu, que era de 67%, caiu para 54%. Entre católicos, maioria da população, a avaliação positiva é de 30% e a reprovação é de 52%. Entre evangélicos, a opinião positiva é de 52%, e a negativa, de 36%%.

A opinião sobre Rússia e Argentina, por sua vez, melhorou.

A visão positiva sobre o país de Vladimir Putin passou de 20% para 25% no período, e a da nação de Javier Milei foi de 36% para 42%.

A Rússia, mesmo assim, segue com o maior percentual de brasileiros que têm uma opinião desfavorável sobre ela: 59%.

O levantamento também mostra diferenças de percepção conforme a renda. Entre os que recebem mais de cinco salários mínimos, os EUA ainda lideram em imagem positiva (53%). Já entre os mais pobres, a China aparece em vantagem, com 45% de aprovação.

A pesquisa ouviu 12.150 pessoas em todo o país e usou dados da Pnad de 2024 e 2025 e do Censo de 2022, ambas do IBGE. A margem de erro é de dois pontos percentuais.