Fux não ajuda Bolsonaro, mas prejudica Tarcísio caso protele julgamento, analisam magistrados e políticos

A possibilidade de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux pedir mais tempo para analisar o processo contra Jair Bolsonaro (PL) e empurrar a condenação dele até 2026 não muda em nada as condições do ex-presidente. Mas pode, sim, prejudicar os planos presidenciais em torno de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A conclusão é de lideranças politicas e de magistrados da corte.

Do ponto de vista jurídico, Fux não conseguiria evitar a condenação do ex-presidente nem tirá-lo da prisão domiciliar.

Isso porque os outros quatro magistrados que integram a Primeira Turma devem proferir seus votos mesmo com o eventual pedido de vista de Fux. E devem condenar o ex-presidente.

Com isso, Bolsonaro, que já está preso em casa por descumprir medidas cautelares do STF, seguirá detido mesmo que o fim do julgamento seja adiado.

O único efeito de eventual iniciativa de Fux, portanto, seria adiar por três meses o início do cumprimento da pena definitiva a que Bolsonaro deve ser condenado.

Depois do prazo, Fux tem que apresentar seu voto, de acordo com o regimento do Supremo.

O ex-presidente então poderá ser enviado a uma prisão militar ou comum, ainda que com algumas regalias, como cela isolada das dos demais presos.

Já do ponto de vista político os efeitos devem recair sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

O projeto de sua candidatura presidencial, alentado por alguns de seus aliados, teria que esperar pelo desfecho definitivo do processo contra Bolsonaro.

Isso porque Tarcísio não pode admitir uma candidatura sem o endosso do ex-presidente, sob pena de ser considerado um traidor.

Com isso, o governador, que até agora afirma que pretende disputar a reeleição em SP, teria que adiar qualquer plano de voo maior.

Líderes do Centrão já trabalham para convencer Bolsonaro a indicar de uma vez que Tarcísio será seu candidato à Presidência. Mas o ex-presidente e sua família resistem. E insistem que não existe Plano B no campo da direita, mas apenas o plano A, de lançar o próprio Bolsonaro.

A atriz Andrea Beltrão e a diretora Yara de Novaes receberam convidados, na semana passada, na estreia da nova temporada da peça "Lady Tempestade", no Teatro Faap, em São Paulo. Os atores Suzy Rêgo, Marco Ricca e Arieta Corrêa compareceram ao evento. O produtor cultural Luque Daltrozo também marcou presença.