Itamaraty reclama a diplomata dos EUA de 'ranço colonialista' em mensagens ofensivas

A diplomacia brasileira usou um tom duro com o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, ao repreendê-lo por postagens ofensivas contendo ameaças ao país.

Por orientação do ministro Mauro Vieira, o embaixador Flavio Goldman, que ocupa interinamente a Secretaria de Europa e América do Norte da pasta, disse a Escobar que o país não aceitava o "ranço colonialista" das mensagens vindas do governo Donald Trump que mencionam possíveis novas punições ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e aliados.

Goldman acrescentou que não há precedentes neste tipo de hostilidade na relação bilateral. Ele deixou que o Brasil manifesta "profunda indignação" com o tom e o conteúdo das postagens, que são vistas como uma clara ingerência em assuntos internos, além de ameaças inaceitáveis a autoridades brasileiras.

O diplomata disse ainda que esse tipo de atitude não cabe em uma relação com democracias de países amigos. Reforçou que o governo dos EUA precisa aceitar essa realidade.

O governo Trump, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, vem aumentando a agressividade de postagens contra o Brasil, o que tem incomodado Lula. A decisão do Itamaraty de chamar Escobar para uma conversa é um gesto forte de descontentamento, segundo os protocolos diplomáticos.

Segundo disse Goldman a Escobar, os EUA estão dando uma clara indicação de que para Washington, no que diz respeito ao Brasil, os fatos não importam.