Jerônimo Rodrigues e Bruno Bruno Reis: do ringue ao "colab"
Por Política Livre
28/08/2025 às 12:20
Atualizado em 28/08/2025 às 12:35
Foto: Carine Andrade/Política Livre/Arquivo

Quem diria? Depois da troca de farpas públicas com a disciplina de dois boxeadores em treino aberto, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), resolveram pendurar as luvas. Resta saber por quanto tempo.
O encontro ocorrido ontem (27), que parecia cada vez mais improvável diante da antecipação do processo eleitoral de 2026, surpreendeu pela duração (começou no meio da tarde e só terminou à noite), pela civilidade e pelo aparente aprofundamento de ações em parceria, o que antes parecia impensável. Os dois deram até as mãos mãos para as câmeras e fizeram publicação com "colab" nas redes sociais, algo inédito e simbólico em tempos de comunicação digital.
Até semana passada, a cena soaria como ficção. Jerônimo já tinha acusado a Prefeitura de transformar problemas em “teatro”, enquanto Bruno devolvia na mesma moeda ao acusar a Embasa de prestar de um “serviço crônico de baixa qualidade” que atrapalhava Salvador.
Depois do encontro de ontem, Bruno mudou, inclusive, o discurso sobre a concessionária: se antes ameaçava romper, agora fala em renovar o contrato. Além disso, até a ponte Salvador-Itaparica passou a ter alguma credibilidade no discurso do prefeito.
Mesmo na área da segurança pública, tão criticada por Bruno Reis na esteira dos ataques do antecessor ACM Neto (União), o tom passou a ser de parceria, com o compartilhamento de câmeras. Neto, por sinal, não pretende dar trégua. Enquanto o prefeito e o governador se reuniam, ele publicou um vídeo no Instagram criticando a saúde, outro tema também já utilizado como munição política pelo chefe do Executivo municipal.
Jerônimo se apresentou como um anfitrião generoso, e deixou Bruno à vontade, a exemplo do que costuma fazer com outros prefeitos. Desta vez, no entanto, a Secretaria de Relações Institucionais, capitaneada por Adolpho Loyola (PT), não falou em adesão. Mas aliados do petista provocaram, a exemplo do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB): "Até tu, Bruno? Ficará alguém"?, escreveu o emedebista nas redes.
No final do encontro de ontem, que contou com um momento de conversa reservada entre prefeito e governador, secretários municipais e estaduais presentes se perguntaram se a próxima reunião seria marcada no Palácio Thomé de Souza, como uma forma de Bruno retribuir a gentileza a Jerônimo. Alguém brincou afirmando que ACM Neto seria consultado antes, pois isso já poderia ser demais da conta.
