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Líder do PT pede ao STF bloqueio de bens de Bolsonaro por recebimento de R$ 30 milhões
Líder do PT pede ao STF bloqueio de bens de Bolsonaro por recebimento de R$ 30 milhões
Por Danielle Brant/Folhapress
21/08/2025 às 19:30
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados/Arquivo

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), entrou nesta quinta-feira (21) com uma representação criminal no STF (Supremo Tribunal Federal) contra Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro por suspeita dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O pedido foi feito ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Na ação, ele pede que a PGR (Procuradoria-Geral da República) seja ouvida para instauração de inquérito criminal no STF contra os quatro. Também solicita bloqueio, sequestro e indisponibilidade de bens e quebra de sigilo bancário, fiscal e telemático do ex-presidente, da ex-primeira-dama e de Eduardo e Carlos.
A ação se baseia no relatório da Polícia Federal que apontou que o ex-presidente recebeu cerca de R$ 30 milhões em suas contas bancárias entre março de 2023 e fevereiro de 2024. Na representação, o deputado afirma que o valor é valor compatível com indícios de lavagem de dinheiro e outros ilícitos.
O documento da PF também indica que, de dezembro de 2024 a junho de 2025, foram movimentados R$ 22 milhões. "Tais transferências —R$?2 milhões a Michelle, R$ ?2,1 milhões a Eduardo, R$ 4,8 milhões a Carlos— foram identificadas como estratégias de blindagem patrimonial, que, segundo a PF, no caso específico do repasse a Michelle, visava driblar bloqueios judiciais", afirma a representação.
O líder do PT cita ainda crime de organização criminosa e fraude processual, afirmando que o ex-presidente "buscou enganar o Judiciário quanto à verdadeira situação patrimonial, no âmbito de investigação sobre a origem real dos valores obtidos na obscura 'campanha via Pix' e em parte empregada na campanha de ataques e sanções estrangeiras às instituições democráticas brasileiras".
Lindbergh afirma que a gravidade do caso justifica a adoção de medidas como bloqueio, sequestro e indisponibilidade de bens, para "impedir a dissipação de recursos que podem ser fruto ou instrumento de crime".
"O padrão percorrido de movimentações atípicas, blindagem de patrimônio, envolvimento da família e uso de terceiros revela dolo específico e comportamento continuado", argumenta.
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