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Presidente da Fieb alerta para impactos do tarifaço dos EUA na indústria baiana e cobra ações federais

Presidente da Fieb alerta para impactos do tarifaço dos EUA na indústria baiana e cobra ações federais

Por Carine Andrade, Política Livre

04/08/2025 às 15:17

Foto: Carine Andrade/Política Livre

Presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban

O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban, afirmou nesta segunda-feira (5) que o setor será duramente atingido pelas tarifas de até 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e baianos. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa na sede da entidade, no bairro do Stiep, em Salvador, após uma reunião com o governador Jerônimo Rodrigues (PT). O encontro tratou das estratégias para mitigar os efeitos do chamado "tarifaço de Trump", que entra em vigor na quarta-feira, dia 7 de agosto.

Alban destacou que a principal cadeia produtiva impactada é a indústria de pneus, seguida pela de derivados de cacau e pela petroquímica. No entanto, ele alertou que o impacto se estende a outros segmentos com menor peso nas exportações, mas que envolvem um número expressivo de empresas. “Estamos diante de um ambiente de incerteza. A perda de escala de produção em setores estratégicos pode colocar em risco a própria viabilidade dessas indústrias, especialmente em um cenário de concorrência desleal com países asiáticos”, afirmou.

Entre os produtos baianos atingidos pelas tarifas estão o café, a manga, o cacau e seus derivados, além dos pneus. Já o sisal, o algodão, o fumo e o minério de ferro conseguiram se manter na lista de exceções à sobretaxa. No entanto, segundo o presidente da Fieb, apenas cerca de 33% do valor exportado pela Bahia em 2023 foi contemplado com isenção, percentual menor que a média nacional.

Diante desse cenário, Alban defendeu duas frentes de atuação: a negociação diplomática para ampliar a lista de exceções e reduzir o percentual das tarifas, e a adoção de medidas internas de apoio às empresas atingidas no setor industrial, do qual é representante.

“Precisamos que o governo federal atue com firmeza. É papel do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e do Itamaraty negociar com os EUA. Mas também precisamos de apoio concreto, aqui e em Brasília, para dar fôlego às empresas enquanto novas alternativas de mercado são buscadas”, disse.

O presidente da Fieb explicou que o setor industrial brasileiro, por meio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), também está articulando ações com o setor privado norte-americano, buscando apoio junto a empresas e entidades empresariais locais para pressionar o governo americano por ajustes na medida.

Ele se mostrou otimista com a possibilidade de avanços, mesmo após o início da vigência da nova política. “Há histórico de revisões por parte dos EUA em negociações anteriores. A janela não se fecha completamente no dia 7”, ponderou.

A coletiva também deu destaque à situação das três indústrias de pneus instaladas na Bahia. Alban alertou que essas empresas dependem fortemente do mercado americano para manter sua escala de produção e enfrentam forte competição da China.

"Precisamos de uma política de proteção mais robusta, incluindo medidas contra a entrada de pneus abaixo do custo de produção e sem o mesmo rigor ambiental exigido da indústria brasileira, como é o caso da logística reversa”, afirmou.

A expectativa da Fieb é que o governo federal acelere os esforços diplomáticos e institua programas emergenciais para impedir uma onda de demissões e fechamento de plantas industriais na Bahia.

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