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Presidente da Petrobras sugere volta de subsídio do gás de cozinha para consumidores residenciais

Presidente da Petrobras sugere volta de subsídio do gás de cozinha para consumidores residenciais

Por Nicola Pamplona, Folhapress

18/08/2025 às 17:40

Atualizado em 18/08/2025 às 18:22

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Arquivo

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu nesta segunda-feira (18) que o país volte a debater política que subsidia o preço do gás de cozinha para botijões de 13 quilos, mais usados por consumidores residenciais.

A política de preços diferenciados para volumes destinados ao consumo residencial e industrial foi extinta pelo governo Jair Bolsonaro em 2020, 15 anos após sua implantação no primeiro governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Temos pensado nisso [em preço diferenciado]", afirmou Magda, em entrevista à agência especializada Eixos. "No passado, tivemos diferenciação de preços da indústria e do doméstico. Essa diferenciação foi tida como ruim."

"Mas o que a gente está vendo agora é que o mercado está começando a se desorganizar de novo", prosseguiu. "Se desorganizar de fato, vamos ter que pensar numa diferenciação outra vez do industrial e do doméstico."

Magda e o governo têm feito reiteradas críticas ao mercado de gás de cozinha, reclamando das margens de lucro das etapas de distribuição e revenda. Lula prepara um plano para dar botijões de graça à população de baixa renda.

A política de preços diferenciados foi questionada no passado por direcionar subsídios também a parcelas da população de maior renda, já que os botijões subsidiados por comércio e indústria eram vendidos também a consumidores de poder aquisitivo mais elevado.

O setor defendia que a equalização dos preços viabilizaria investimentos em infraestrutura para importações privadas do combustível, o que acabou não ocorrendo. Hoje, a Petrobras segue responsável pela quase totalidade das importações brasileiras, que respondem por 23% da demanda nacional.

Segundo empresas do setor, a estatal já vem praticando preços diferenciados por meio de uma estratégia de oferecer parte do suprimento em leilões, nos quais o preço pode sair mais do que o dobro do valor médio de venda nas refinarias da estatal.

No leilão de julho, por exemplo, a empresa vendeu o equivalente a 13% do volume necessário para abastecer o mercado nacional, com ágios de 14% a 136% em relação ao preço base cobrado nas refinarias, segundo informações do mercado.

Em nota, a Petrobras disse que os leilões estão previstos nos contratos de venda assinados com companhias distribuidoras. Afirmou ainda que os volumes leiloados atendem à demanda crescente das distribuidoras para venda a comércio e indústria.

Os leilões são questionados pelo mercado, já que promovem aumento no preço médio do gás comprado nas refinarias. Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o preço médio subiu 6% entre novembro e julho, mesmo sem reajustes oficiais nas refinarias.

Há duas semanas, a Petrobras anunciou estudos para voltar à distribuição de gás de cozinha, que abandonou em 2020 com a venda da Liquigás para consórcio de empresas do setor. Magda voltou a afirmar nesta segunda que o objetivo é abocanhar parte das margens de lucro do setor.

"A margem é enorme, algumas vezes maior do que a margem do pré-sal", disse ela. "Gostamos de margem alta e, se a gente identificar forma de fazer dinheiro com margens elevadíssimas, vamos fazer."

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