Rui Costa rebate e chama retaliação dos EUA ao Mais Médicos de “agressão gratuita e descabida”

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reagiu nesta sexta-feira (15) à decisão do governo dos Estados Unidos de revogar os vistos de dois ex-funcionários do Ministério da Saúde que participaram da implantação do programa Mais Médicos, em vigor entre 2013 e 2018.

A medida atinge Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, acusados pelos norte-americanos de facilitar um suposto sistema de “trabalho forçado” vinculado à cooperação com médicos cubanos.

Em entrevista, Rui Costa disse a nova retaliação do governo americano, tal como na taxação de produtos brasileiros, “nada tem a ver com o comercial, nada tem a ver com relações diplomáticas, que tem muito mais a ver com a política, infelizmente, com agressões gratuitas e descabidas, como a do Mais Médicos”.

Rui participou nesta sexta, em Salvador, do Fórum Bahia Export, evento sobre investimentos estruturantes, expansão industrial e mineração, que também contou com a presença do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“O Brasil utilizou muitos médicos cubanos lá no início, quando o programa foi lançado, no primeiro, segundo mandato do presidente Lula, que o Brasil não tinha médicos. A última edição do Mais Médicos, 100% dos médicos que se inscreveram e foram habilitados são brasileiros”, destacou Rui Costa.

Ele ainda comparou a situação brasileira com a de outros países que continuam recebendo médicos cubanos, sem sofrer questionamentos de Washington.

“Hoje o país do mundo que provavelmente tem mais médicos cubanos é a Itália, que tem um governo à semelhança dos Estados Unidos, de extrema direita. E eu não vi nenhuma palavra sobre a Itália. O mundo árabe tem muitos médicos cubanos trabalhando lá porque eles não têm médicos e, portanto, nenhuma palavra sobre eles”, criticou.

“Então é fora de contexto, fora da realidade, algo que mostra estranhamente um absoluto desconhecimento da realidade brasileira”, emendou.