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Vereador chama prefeita em Mato Grosso de ‘cachorra viciada em pedir votos em assentamentos’
Vereador chama prefeita em Mato Grosso de ‘cachorra viciada em pedir votos em assentamentos’
Por Fausto Macedo/Estadão
27/08/2025 às 18:35
Foto: Reprodução/Instagram

O vereador Gilson José de Souza (União Brasil), o Gilson da Agricultura, chamou a prefeita de Pedra Preta - interior de Mato Grosso -, Iraci Ferreira (PSDB), de ‘cachorra viciada em pedir votos em assentamentos’. Segundo ele, a prefeita teria destinado R$ 500 mil para ‘festas’ ao passo que ‘moradores da zona rural da cidade enfrentam problemas com abastecimento de água’.
A manifestação de Gilson ocorreu durante a sessão legislativa de segunda-feira, 25, e provocou imediata reação do meio político.
A Associação Mato-Grossense de Municípios classificou o ataque do vereador a Iraci como ‘violência política de gênero, uma fala inadmissível, desrespeitosa e carregada de preconceitos’. A entidade estuda ingressar na Câmara com um pedido de análise de quebra de decoro.
“Nosso compromisso é com o respeito, a democracia e a valorização da mulher na política. Não podemos normalizar atitudes que desrespeitam a representação legítima da população”, diz a manifestação.
A reportagem pediu manifestação do vereador via e-mail geral da Câmara. O espaço está aberto.
Pedra Preta, a 240 quilômetros de Cuiabá, tem cerca de 18 mil habitantes.
A deputada estadual Janaína Riva (MDB) e a primeira-dama do Mato Grosso, Virgínia Mendes, repudiaram a fala do vereador. O próprio partido de Gilson também o criticou.
Segundo Gilson da Agricultura, Iraci só procura os assentamentos em período eleitoral. “Os poços estão furados tem anos e anos. Vou deixar bem claro que eu não estou incentivando ou jogando o povo contra a prefeita Iraci. Quantos prefeitos passaram por lá (em assentamentos)? Todos os que entraram em Pedra Preta, que eu conheço, não têm política social voltada para a zona rural. Arrumar estrada é obrigação, colocar manilha é obrigação. O povo enche meu telefone falando que tirou a caixa do Furnas: ‘ah você botou 500 mil pra fazer festa e nós estamos passando sede’”.
“Vamos dar a César o que é de César”, disse Gilson. “Se eu não conversei com o vice-prefeito Lenildo, com a Iraci, com a Roseli do convênio sobre essa questão da água, eu renuncio ao meu mandato. Mas se eu não estiver mentindo, tem que tomar vergonha na cara e não ficar fazendo só na época de política que nem cachorra viciada, dentro dos assentamentos pedindo votos. Meu vocabulário é esse mesmo.”
Reações
O União Brasil Mulher se rebelou, em nota assinada pela deputada Gisela Simona, presidente da executiva estadual do núcleo feminino. “Eu gostaria de entender o que significa ‘cachorra viciada’? Por que você fez essa comparação com uma mulher que é prefeita? Por que você não sabe o que é respeitar uma mulher que está no Poder? O ataque não pode ficar impune”.
