Zambelli diz em carta da prisão que 'está firme' e que 'nenhum ditador nos colocará de joelhos'

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália na semana passada, divulgou uma carta escrita à mão dizendo que está sendo "forte e corajosa" e que "nenhum ditador nos colocará de joelhos".

A carta foi divulgada na tarde desta quarta-feira (6), nos perfis no Instagram de seu filho, João Zambelli, de sua mãe, Rita Zambelli e do seu advogado, Fabio Pagnozzi.

"Aos brasileiros de todo o mundo, a vida é um grande milagre, mas o maior presente para as nossas vidas é a liberdade para vivermos para nossa família, seja a de sangue ou aquela que elegemos", disse.

A deputada também falou que mantém "a fé e a cabeça erguida" e "uma consciência tranquila de alguém inocente". "Tenham força, fé e coragem. O Brasil é um país abençoado e nenhum ditador nos colocará de joelhos", afirmou.

A ordem definitiva de prisão de Zambelli foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em junho, quando a deputada já estava foragida na Itália.

A decisão de Moraes previa ainda a perda do mandato parlamentar de Zambelli, com comunicação imediata ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), conforme determina a Constituição.

A condenação imposta prevê o cumprimento de dez anos de prisão, com início do regime fechado, e a perda do mandato parlamentar.

A Corte de Apelação de Roma determinou nesta sexta-feira (1º) que a parlamentar continue presa em regime fechado durante o processo de extradição da Itália para o Brasil. A tramitação pode durar de 1 a 2 anos, segundo especialistas.

Zambelli foi detida no último dia 29, em um apartamento no bairro Aurélio, em Roma, após quase dois meses foragida da Justiça brasileira. Ela foi enviada para o presídio feminino Rebibbia, onde estão 369 mulheres, quase cem a mais do que a capacidade total.