Capitão Alden elogia voto de Fux no julgamento de Bolsonaro
Por Reinaldo Oliveira, Política Livre
11/09/2025 às 14:45
Foto: Divulgação/Arquivo

Vice-líder da oposição na Câmara Federal, o deputado Capitão Alden (PL) elogiou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que votou na quarta-feira (10) pela absolvição do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) de todos os crimes atribuídos a ele na chamada trama golpista. Em entrevista exclusiva ao Política Livre, o parlamentar bolsonarista comentou sobre o voto do magistrado.
“O ministro Luiz Fux surpreendeu o país com um voto que desmonta a narrativa construída por Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro. Logo no início, Fux deixou claro: não compete ao STF realizar juízo político sobre o que é bom ou ruim, apropriado ou inapropriado. A função do tribunal é aplicar a lei, não substituir a vontade popular por interpretações subjetivas. Ele afirmou de forma categórica que golpe de Estado não se faz com atos isolados ou manifestações individuais, mas sim com grupos organizados, estruturados, com recursos materiais e capacidade estratégica real para enfrentar o poder constituído. Ou seja, discursos, entrevistas ou críticas ao sistema de votação não podem ser tratados como tentativa de golpe”, afirmou Alden.
Segundo o deputado, Fux destacou ponto a ponto as principais queixas das defesas e divergiu de Moraes de forma enfática.
“Ele ressaltou que pedir voto impresso ou questionar o sistema eleitoral não é crime, mas exercício da liberdade de expressão. E foi além: afirmou que a simples inconformidade com a derrota eleitoral não pode ser criminalizada como ‘golpe’, mas sim encarada como o que é: o choro de perdedor, comum em qualquer democracia”, acrescentou.
Alden frisou ainda que, ao contrário do ministro Alexandre de Moraes, Fux defendeu a anulação do processo.
“Outro ponto essencial do voto: ele [Fux] defendeu a anulação de todo o processo, argumentando que ele não deveria estar no STF, já que os réus perderam o foro privilegiado. Além disso, considerou que houve cerceamento de defesa, porque a entrega tardia de 70 terabytes de arquivos digitais pela Polícia Federal impossibilitou a análise plena pelos advogados. Mesmo tentando acenar a Moraes, chamando-o de amigo, Fux deixou registrado um voto histórico: não se pode transformar opinião em crime, nem processo judicial em perseguição política. Fux mostrou coragem, honrou a toga e revelou ao Brasil que o julgamento de Bolsonaro está manchado por abusos. O recado foi claro: sem provas, sem foro e com cerceamento de defesa, não há condenação que se sustente”, finalizou.
