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Fernando Vita lança romance satírico sobre o golpe de 1964: “O Capitão e o Pum do Maestro”
Fernando Vita lança romance satírico sobre o golpe de 1964: “O Capitão e o Pum do Maestro”
Por Redação
11/09/2025 às 07:58
Foto: Divulgação

O escritor baiano Fernando Vita apresenta ao público o seu mais novo romance, 1964 – O Golpe, o Capitão e o Pum do Maestro, obra que mistura política, memória e bom humor para revisitar os anos turbulentos que marcaram a ditadura militar no Brasil.
O livro, publicado pela Geração Editorial, integra o universo ficcional de Todavia, cidade imaginária do Recôncavo da Bahia que serve de palco para os personagens caricatos e as situações tragicômicas já conhecidas pelos leitores de Vita. Desta vez, a trama gira em torno da chegada do capitão Ludovico César Roldão Ramos Neto, um militar turrão que desembarca no trem do meio-dia e rapidamente vira alvo da curiosidade e da ironia dos moradores.
Recebido com pompa pelas autoridades locais, o capitão chega com a missão de criar o primeiro Tiro de Guerra da região. Entre continências improvisadas, suspeitas de comunistas em cada esquina e um clima de instabilidade política que refletia o Brasil às vésperas do golpe, a figura do militar é desmontada pelo olhar ácido e espirituoso do autor.
Segundo Vita, a ideia de escrever o romance nasceu da memória persistente de um Brasil dividido, entre a lembrança do golpe de 1964 e as recentes ameaças à democracia. “O que faço neste livro é narrar, com o bom humor possível, como o golpe se deu em Todavia, com a porção hilária própria às quarteladas brasileiras”, afirma o escritor em carta aos leitores.
Além de retratar com ironia os medos e excessos de uma época sombria, o autor provoca reflexões sobre as semelhanças entre o passado e o presente. Para ele, rir de antigas tragédias é também uma forma de resistência.
Com 312 páginas, o romance mantém a marca registrada do escritor: linguagem irreverente, narrativa picaresca e doses de surrealismo fantástico. É o sexto livro de Vita ambientado em Todavia, sucedendo títulos como Cartas Anônimas, O Avião de Noé, República dos Mentecaptos e Desirée, a sexóloga que não sabia amar.
O lançamento reforça a trajetória de Fernando Vita, jornalista e cronista premiado, que desde os anos 1970 constrói uma obra literária que dialoga com política, cultura popular e memória nacional, sempre com uma verve satírica.
