Muniz rebate Ministério Público e nega atrito com prefeito e vereadores

Em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (15), após a sessão ordinária na Câmara Municipal de Salvador (CMS), o presidente da Casa, vereador Carlos Muniz (PSDB), rebateu o Ministério Público da Bahia (MP) sobre possíveis inconsistências no andamento do Projeto de Lei 175/2024, que trata do Ordenamento e Uso do Solo do município.

Ao ser questionado por este Política Livre, sobre a recomendação do MP para a retirada do projeto da pauta de votação, o tucano declarou que o órgão está equivocado.

"Na realidade, a recomendação do Ministério Público, no que tange à Câmara Municipal de Salvador, está totalmente equivocada. Foi dito que não houve audiências públicas, mas elas ocorreram, tanto que presidi duas delas. Portanto, não há razão para afirmar que não houve audiências públicas ou discussão. Se essas audiências não são consideradas discussões, então não sei mais o que se discute nesta Casa, pois houve participação popular em todas elas. Também houve a participação dos vereadores presentes, inclusive da oposição, que questionaram o projeto. Assim, não há por que dizer que o tema não foi debatido. Aqui, quem determina a forma de discussão são os vereadores, e pode ter certeza de que, passando pelas comissões, o projeto será votado", disparou Muniz.

Ainda segundo o vereador, outro ponto que não condiz com a realidade é o fato de estar sendo divulgado que ele estaria “brigado” com o prefeito Bruno Reis (União Brasil) e que alguns vereadores estariam insatisfeitos com sua gestão à frente do Legislativo soteropolitano.

"A imprensa tem noticiado que há um atrito entre mim e o prefeito, mas isso não existe. Também tem falado sobre descontentamento de vereadores, mas não tenho conhecimento de nenhum. Perguntei, inclusive, se algum deles está descontente com o presidente da Câmara, que venha ao gabinete e diga qual é esse descontentamento, ou se fiz alguma promessa e não cumpri. Não é nada demais, apenas um desabafo, porque quando esse tipo de informação chega à imprensa é porque alguém falou. Acredito que um assunto interno como esse deveria ser tratado internamente e não exposto publicamente. Mas é normal, natural. Ninguém se dispôs a dizer que estava descontente. Penso que, quando há um problema, devemos falar diretamente com a pessoa envolvida", acrescentou.

Reunião com secretário da Educação

Muniz reiterou a insatisfação com a ausência do secretário municipal da Educação, Thiago Dantas, em reunião que estava marcada para a tarde desta segunda-feira (15), com a presença de representantes da APLB-Sindicato e de vereadores.

"A ausência do secretário na Câmara gera desgaste para o governo. Considero desnecessário que um secretário, convidado a comparecer, tenha confirmado presença e, no final da tarde, alegado não poder vir por estar viajando. Trata-se de uma falta de respeito aos vereadores que, em reunião de líderes, fizeram esse convite. É algo, no mínimo, desagradável, não apenas para a Câmara, mas também para o governo que ele representa", desabafou Muniz.

Decisão do STF

O chefe do Legislativo soteropolitano aproveitou a ocasião para comentar com os jornalistas sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de cancelar o projeto que obrigava supermercados a disponibilizar sacolas plásticas para os clientes.

"Se o STF acha que não pode ser distribuído sacolas plásticas gratuitamente, nós temos que respeitar. É uma decisão judicial e decisão judicial nós respeitamos. Se foi uma decisão de um ministro ou outro, nós poderemos fazer algo para que o plenário tome a decisão, mas nada mais do que isso”.