Pela primeira vez em 95 anos, ABI será comandada por uma mulher
Por Redação
09/09/2025 às 12:04
Foto: Divulgação

Nesta quarta-feira, 10 de setembro, a Associação Bahiana de Imprensa viverá um de seus momentos mais emblemáticos. A Assembleia Geral Extraordinária, convocada para eleger a nova diretoria do triênio 2025–2028, acontecerá das 9h às 17h, na sede da entidade e em sala virtual de videoconferência. Às 19h, a posse dos eleitos celebrará a transição administrativa e a renovação simbólica de uma instituição que se aproxima do centenário.
A gestão que se encerra, conduzida pelo jornalista Ernesto Marques desde 2020, é reconhecida pela solidez em tempos adversos. Com equilíbrio entre austeridade financeira, criatividade institucional e diálogo com a sociedade, Marques consolidou a ABI como espaço plural de convivência intergeracional do jornalismo baiano, além de fortalecer a atuação cultural e a defesa intransigente da liberdade de expressão.
À frente de uma diretoria com o maior número de mulheres desde a fundação da ABI, Ernesto Marques vivenciou em sua gestão o lançamento do Protocolo Antifeminicídio, para apoiar a cobertura jornalística sobre crimes de gênero; a criação da Rede Agostinho Muniz Filho de Combate à Violência Contra a Imprensa; a publicação de oito edições regulares e cinco edições especiais da Revista Memória da Imprensa; homenagens a figuras importantes do jornalismo no estado e no país, como o fotojornalista Anízio Carvalho, por meio da Exposição Ginga Nagô; realizou projetos de modernização administrativa e intervenções essenciais no Edifício Ranulfo Oliveira, como a reforma do auditório, a implantação do plano de combate a incêndio, a substituição do sistema hidráulico e outras melhorias. Alguns projetos ficaram pelo caminho, por causa da realidade financeira da entidade, e constituem importantes desafios para a nova gestão.
O futuro já se anuncia diverso. A nova chapa, homologada em agosto, traz 40% de renovação na composição da diretoria, gesto que reforça a vitalidade da entidade e abre espaço para novas vozes, experiências e sensibilidades. O caráter democrático do processo, com transparência de etapas e participação híbrida, reflete o compromisso da ABI com sua missão fundacional.
O pleito traz um marco histórico. Pela primeira vez em 95 anos, a entidade será presidida por uma mulher: a jornalista Suely Temporal, até então 2ª vice-presidente, que agora assume a responsabilidade de liderar um dos mais respeitados fóruns da imprensa baiana. Sua eleição representa mais do que representatividade: simboliza a maturidade de uma instituição que reconhece, na diversidade, a chave para a continuidade de seu protagonismo.
A eleição e a posse do dia 10 não são meros ritos estatutários, mas a celebração de um legado que se projeta para o futuro, afirmando que a Associação Bahiana de Imprensa permanece fiel à sua história, mas não teme reinventar-se diante dos desafios contemporâneos.
