Tarcísio discute anistia na véspera do julgamento de Bolsonaro
Por Bruno Ribeiro, Folhapress
01/09/2025 às 18:04
Atualizado em 01/09/2025 às 21:22
Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP/Arquivo

Na véspera do início do julgamento de Jair Bolsonaro (PL), seu padrinho político, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), cercou-se de seus auxiliares mais próximos e evitou eventos externos, mas tratou de anistia com o presidente de seu partido, o deputado federal Marcos Pereira, em um encontro fora de sua agenda oficial.
Dirigentes de partidos do centrão e da direita consideram Tarcísio o principal nome para herdar o eleitorado bolsonarista diante da possível condenação do ex-presidente, mas o governador vem sofrendo pressões para deixar sua legenda e migrar para o PL, sigla de Bolsonaro, caso dispute a Presidência.
Pereira disse à Folha que "uma conversa a dois não se revela", quando questionado sobre o encontro, mas publicou uma foto com Tarcísio em suas redes sociais e nas redes do Republicanos. "Café da manhã com o nosso governador Tarcísio de Freitas. No cardápio do dia: anistia", escreveu.
Conforme a Folha informou, Tarcísio deve evitar agendas fora do Palácio dos Bandeirantes durante o julgamento, em uma estratégia que tenta conciliar a defesa de Bolsonaro a uma postura de discrição diante do processo.
Nesta segunda, as reuniões foram sobre suas vitrines eleitorais de seu governo, segundo auxiliares. Com os secretários Arthur Lima (Casa Civil) e Rafael Benini (Parcerias em Investimentos), tratou das obras do Rodoanel e do leilão do túnel Santos-Guarujá, que ocorre nesta sexta-feira (5); com o vice-governador, Felício Ramuth (PSD), tratou da cracolândia e do novo centro administrativo do estado; com Guilherme Derrite (Segurança Pública), teve uma reunião para falar da expansão do programa de monitoramento Muralha Paulista.
Tarcísio sustenta acreditar que Bolsonaro seja inocente das acusações que tramitam STF (Supremo Tribunal Federal). O ex-presidente foi denunciado pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência ou grave ameaça ao patrimônio público, deterioração de patrimônio tombado e participação em organização criminosa.
Além disso, em entrevista ao Diário do Grande ABC na última sexta-feira (29), ele afirmou que concederia indulto ao padrinho político, caso Bolsonaro seja condenado, como seu "primeiro ato" como eventual presidente da República.
Tarcísio já confirmou participação na manifestação bolsonarista marcada para o próximo domingo (7) na avenida Paulista, que deve protestar contra o julgamento da trama golpista.
