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Alexandre de Moraes manda intimar Cláudio Castro para que governador preste informações sobre letalidade em operação

Alexandre de Moraes manda intimar Cláudio Castro para que governador preste informações sobre letalidade em operação

Ministro do STF pediu informações do governador do Rio sobre protocolos e diretrizes da Operação Contenção, a mais letal da história do Estado

Por Rayssa Motta/Estadão

29/10/2025 às 19:15

Atualizado em 29/10/2025 às 22:18

Foto: Divulgação/STF

Imagem de Alexandre de Moraes manda intimar Cláudio Castro para que governador preste informações sobre letalidade em operação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou intimar o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), para prestar informações sobre a Operação Contenção, que matou pelo menos 132 pessoas e é considerada a mais letal na história do Estado.

Em sua decisão, o ministro afirma que a cobrança “encontra amparo nas determinações estruturais do acórdão do julgamento de mérito” da “ADPF das Favelas”, ação que estabeleceu parâmetros de atuação para reduzir a letalidade policial no Rio, especialmente nas comunidades, e obrigou o governo do Estado a criar um plano de recuperação territorial de áreas dominadas por facções e milícias.

O governador terá que prestar informações sobre os seguintes pontos:

  1. Relatório circunstanciado da operação;
  2. Prévia definição do grau de força adequado e justificativa formal para sua deflagração;
  3. Número de agentes envolvidos, identificação das forças atuantes e armamentos usados;
  4. Número oficial de mortos, feridos e presos;
  5. Medidas adotadas para garantir a responsabilização em caso de eventuais abusos e violações de direitos, incluindo a atuação dos órgãos periciais e o uso de câmeras corporais;
  6. Providências para assistência às vítimas e suas famílias, incluindo a presença de ambulâncias;
  7. Protocolo ou programa de medidas de não repetição;
  8. Preservação do local para perícia e conservação dos vestígios do crime;
  9. Comunicação imediata ao Ministério Público;
  10. Atuação da polícia técnico-científica realização das perícias, liberação do local e remoção de cadáveres;
  11. Acompanhamento pelas Corregedorias das Polícias Civil e Militar;
  12. Uso de câmeras corporais pelos agentes de segurança pública;
  13. Uso de câmeras nas viaturas policiais;
  14. Justificação e comprovação da prévia definição do grau de força adequado à operação;
    Observância das diretrizes constitucionais relativas à busca domiciliar;
    Presença de ambulância, com a indicação precisa do local em que o veículo permaneceu durante a operação;
  15. Observância rigorosa do princípio da proporcionalidade no uso da força, em especial nos horários de entrada e saída de escolas. Em caso negativo, informar as razões concretas que tenham tornado necessária as ações nesses períodos;
  16. Necessidade e justificativa, se houver, para uso de estabelecimentos educacionais ou de saúde como base operacional das forças policiais, bem como eventual comprovação de uso desses espaços para a prática de atividades criminosas que tenham motivado o ingresso das equipes.

Na mesma decisão, o ministro marcou audiências, na próxima segunda-feira, 3, com o governador, o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, os secretários de Polícia Civil, Felipe Curi, e de Polícia Militar, Marcelo de Menezes, a diretora da superintendência de Polícia Técnico-Científica, Andréa Menezes, o presidente do Tribunal de Justiça, Ricardo Couto de Castro, o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, e o defensor-geral Paulo Vinícius Cozzolino. Moraes vai participar presencialmente das reuniões no Rio.

“O governador deverá apresentar as informações de maneira detalhada na audiência designada”, diz a decisão de Moraes.

Quando concluiu a votação da ADPF das Favelas, em abril, o STF deixou uma brecha para fazer novas exigências ao governo do Rio. O tribunal definiu que o cumprimento das determinações estruturantes fixadas no julgamento seria monitorado pelo Ministério Público e, por isso, não encerrou o processo.

Leia também: Operação policial no Rio supera Carandiru e se torna a mais letal já registrada no Brasil

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