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Defesa de Bolsonaro cita voto de Fux em recurso contra condenação por trama golpista

Defesa de Bolsonaro cita voto de Fux em recurso contra condenação por trama golpista

Ex-presidente apresenta recurso contra sentença de 27 anos e três meses de prisão

Por Cézar Feitoza/Ana Pompeu/Folhapress

27/10/2025 às 19:30

Atualizado em 28/10/2025 às 00:00

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo

Imagem de Defesa de Bolsonaro cita voto de Fux em recurso contra condenação por trama golpista

O ex-presidente Jair Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou trechos do voto do ministro Luiz Fux para recorrer nesta segunda-feira (27) contra a sua condenação a 27 anos e três meses de prisão decretada pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).

A defesa de Bolsonaro diz que a condenação, por maioria de votos, foi imprecisa e omissa em diversos pontos. Os advogados tentam, dessa forma, diminuir a pena imposta ao ex-presidente.

Os advogados citam o voto de Fux seis vezes no recurso apresentado ao Supremo. Em uma das citações, a defesa de Bolsonaro argumenta que somente o ministro detalhou em seu voto a tese defensiva de que o ex-presidente desistiu voluntariamente de avançar na tentativa de golpe de Estado.

"O voto divergente, portanto, confirma a plausibilidade dogmática da tese defensiva, reforçando que, caso houvesse início de execução, o Embargante deliberadamente interrompeu o curso dos fatos, caracterizando a desistência voluntária", diz a equipe comandada pelo advogado Celso Vilardi.

"Ao não enfrentar tais fundamentos, o acórdão incorre em omissão relevante e qualificada, violando o dever constitucional de motivação", completa.

Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão. Ele foi acusado de liderar uma trama para permanecer no poder, cometidos os crimes de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado.

Foi aplicada ainda a inelegibilidade de oito anos a todos os condenados do núcleo central da trama golpista. O prazo passa a contar a partir do término da pena. Bolsonaro já estava impedido de disputar eleições até 2030 em razão de condenações por abuso de poder na Justiça Eleitoral. Com a nova condenação, ele fica inelegível até 2060.

O resultado do julgamento foi de 4 votos a 1. O ministro Luiz Fux, isolado, disse que as reuniões de Bolsonaro com os chefes das Forças Armadas e as declarações em ataque às urnas configuraram "mera irresignação com o resultado eleitoral".

"A norma penal pune, na realidade, a conduta deliberadamente dirigida a conduzir a nação ao estágio de regime autoritário híbrido ou puro, com efetiva capacidade de atingir esse objetivo em todos os seus aspectos necessários", disse.

A fase de recursos foi aberta com a publicação, na quarta-feira (22), do acórdão do julgamento —documento que oficializa o resultado da Primeira Turma.

Terminou nesta segunda (27) o prazo para as defesas apresentarem os embargos de declaração, um tipo de recurso utilizado quando há alguma obscuridade, imprecisão, contradição ou omissão na decisão.

Esse tipo de embargo não pode alterar o resultado do julgamento —condenação ou absolvição—, mas pode levantar questionamentos sobre a sentença e até reduzir o tamanho da pena dos réus.

Já os embargos infringentes, cabíveis apenas quando há voto divergente a favor do réu, têm prazo um pouco maior, de 15 dias –período que pode, na prática, ser estendido, dado que os embargos de declaração suspendem a contagem da data limite até que eles tenham o mérito julgado.

A jurisprudência do Supremo define que os embargos infringentes só são permitidos quando há dois votos favoráveis ao réu. Ministros ouvidos pela reportagem avaliam que esse tipo de recurso deve ser rejeitado pelo tribunal, sem análise de mérito.

Comentários
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1 Comentário

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Paulo

27/10/2025

19:49

Não existe condenar Bolsonaro sem provas concretas..
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politica livre
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