Em meio a impacto da megaoperação no RJ, diretor-geral da PF recebe título de Cidadão Baiano na Assembleia

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, foi agraciado nesta sexta-feira (31) com o título de Cidadão Baiano durante sessão especial na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). A honraria foi proposta pelo deputado Adolfo Menezes (PSD), ex-presidente da Casa, e também contemplou o delegado federal Leandro Almada da Costa com a cidadania baiana. 

“Eu estou aqui porque existe uma instituição que me proporcionou esse momento de muita honra e orgulho, que é a Polícia Federal… esse título é um reconhecimento ao trabalho de vocês… Uma Polícia Federal, como aqui dito, de Estado, que não protege e não persegue, que deixou para trás tempos de mitos e heróis, de operações irresponsáveis e espalhafatosas, de muito holofote e pouco resultado”, disse Andrei ao discursar no plenário da Assembleia. 

A homenagem acontece três dias depois da megaoperação no Rio de Janeiro, na terça  (28), com saldo de 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho. A Polícia Federal não participou da operação. 

Andrei admitiu à imprensa que a PF foi comunicada pelo governo do Rio sobre a operação, mas “após análise do planejamento operacional, concluiu que a ação não se adequava ao modo de atuação da instituição". A fala contrariou a posição inicial do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que disse não ter havido comunicação da governo fluminense com o governo federal. 

Sem fazer menção à operação, o diretor-geral reforçou nesta sexta que segurança pública exige método e compromisso constitucional.

“Segurança pública não se faz com frases de efeito, menos ainda se combate violência com mais violência. Segurança pública precisa de inteligência, estratégia, planejamento e a busca incessante de resultados. É o mantra da Polícia Federal e dele jamais nos afastaremos, por mais que alguns poucos queiram ou tentem”, discursou Andrei. 

“Não há ataque vil ou covarde que nos distancie da missão constitucional, que cumpriremos com vigor e intransigente em respeito aos direitos fundamentais”, emendou. 

De posse da nova cidadania, o gaúcho diretor da PF, lançou mão até de uma proteção espiritual para seguir o exercício da função. 

“Muito obrigado, Bahia, por me acolher. A partir de hoje, levo comigo a honra imensa de ser baiano. Sigamos, deputado Adolfo, firmes e em frente e com o corpo fechado. Obrigado de coração, meus irmãos baianos”, concluiu.