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Ex-ministra Eliana Calmon responsabiliza Bolsonaro pela "descondenação" de Lula

Ex-ministra Eliana Calmon responsabiliza Bolsonaro pela "descondenação" de Lula

Segundo a magistrada aposentada, a libertação de Lula não foi uma decisão isolada do ministro Edson Fachin, mas o resultado de uma “ação combinada” entre integrantes da Corte

Por Política Livre

26/10/2025 às 09:40

Atualizado em 27/10/2025 às 14:03

Foto: Agência CNJ/Arquivo | A ex-ministra do STJ e ex-corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon

Imagem de Ex-ministra Eliana Calmon responsabiliza Bolsonaro pela "descondenação" de Lula

A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve papel indireto na “descondenação” de Luiz Inácio Lula da Silva, ao provocar uma reação política dentro do Supremo Tribunal Federal (STF).

As declarações foram dadas na última sexta-feira (24) durante entrevista ao programa Arena Oeste, da Revista Oeste. Segundo a magistrada aposentada, a libertação de Lula não foi uma decisão isolada do ministro Edson Fachin, mas o resultado de uma “ação combinada” entre integrantes da Corte.

“Quem teve essa ideia foi Bolsonaro, no momento em que ele disse que ia transformar o Supremo Tribunal Federal em uma corte constitucional. Acendeu a luz vermelha. Ah, ele provocou. E aí, nesse momento, começou-se a trabalhar uma forma disso não acontecer”, afirmou a baiana Eliana Calmon.

Segundo ela, a declaração de Bolsonaro sobre transformar o STF em corte constitucional fez com que ministros buscassem uma forma de impedir que o então presidente permanecesse no poder.

“Bolsonaro não pode mais ser presidente de forma alguma. Quem é que a gente vai botar? A esquerda não tinha mais ninguém. Todo mundo estava comprometido. O que é que faz? Faz uma enquete. O único que sobrou: Lula da Silva. Mas ele está condenado, como é que faz? Desmoraliza a Lava Jato”, afirmou.

Calmon disse ainda que a tese de que Curitiba era foro inadequado para julgar Lula, usada por Fachin para anular as condenações da Lava Jato, foi apenas um pretexto jurídico. “A tese do CEP é absurda, mas foi utilizada para justificar a soltura”, declarou.

Para ela, o processo de desmoralização da Operação Lava Jato, com acusações de conluio entre o então juiz Sergio Moro e o Ministério Público, foi parte da estratégia que culminou na volta de Lula à cena política.

“O bote para a salvação do Supremo chama-se Lula da Silva”, concluiu.

Ao usar o argumento de que o STF "descondenou" Lula porque anunciou que o transformaria numa Corte constitucional, a ex-ministra conta apenas uma parte da história. Afinal, durante o seu mandato o ex-presidente Jair Bolsonaro fez diversas ameaças de fechar o STF, o que as investigações sobre o 8 de Janeiro provaram.

Antes mesmo de Bolsonaro ganhar as eleições de 2018, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o 03, já afirmava que que bastavam um soldado e um cabo para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF). “Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo”, afirmou o deputado, na ocasião, para uma plateia de estudantes, em uma palestra antes do primeiro turno das eleições.

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