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PF suspeita que sindicato de irmão de Lula desviou aposentadorias do INSS para empresas de fachada

PF suspeita que sindicato de irmão de Lula desviou aposentadorias do INSS para empresas de fachada

Por Aguirre Talento/Estadão

14/10/2025 às 19:00

Foto: Reprodução/Redes sociais

O irmão do presidente Lula (PT), José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico

A Polícia Federal colheu indícios de que o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi) desviou recursos de aposentadorias e pensões do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para uma empresa de fachada e para familiares de seus dirigentes.

O Sindnapi era uma das entidades responsáveis por cadastrar aposentados junto ao INSS e realizar descontos automáticos em suas aposentadorias. Segundo as investigações, o sindicato recebeu R$ 389 milhões por meio desses descontos, entre 2021 e 2025.

A defesa do Sindnapi negou irregularidades nos descontos das aposentadorias e manifestou “absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados”.

Com base nessas informações, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça autorizou a realização de uma nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada na semana passada pela PF. Um dos alvos de busca e apreensão e bloqueio de bens foi o Sindnapi e seu atual presidente, Milton Baptista. André Mendonça também determinou o bloqueio de R$ 389 milhões deles e de outros diretores do sindicato. Outras duas entidades associativas também foram alvo da operação.

O Sindnapi atualmente tem como um dos dirigentes José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele não é citado na investigação da PF nem foi alvo de medidas deflagradas na operação, porque os fatos sob apuração até o momento se restringem à gestão anterior do sindicato.

“Todo o modus operandi praticado com o dinheiro decorrente dos descontos fraudados pela Sindnap que, supostamente, prestaria serviços solicitados pelos segurados do INSS, envolvendo diferentes pessoas, físicas e jurídicas, mediante diversas transferências bancárias, demonstram a existência da ocultação e dissimulação da natureza, movimentação e a propriedade dos valores decorrentes dos crimes supracitados, caracterizando o delito de lavagem de dinheiro”, escreveu a Polícia Federal.

A PF apresentou o pedido de busca e apreensão em junho deste ano. Como o processo foi enviado ao STF e ficou meses parado com o ministro Dias Toffoli, apenas em setembro foi que o atual relator do caso, o ministro André Mendonça, deu prosseguimento ao pedido. Primeiro, ele pediu para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestar sobre o caso.

Gonet concordou com a argumentação da PF. “O material revela encadeamento de transações que se estende do núcleo diretivo do sindicato a empresas de fachada e parentes dos dirigentes”, escreveu o procurador-geral.

Uma das suspeitas recai sobre transferências do Sindnap para a Santmax Engenharia. Segundo a PF, a empresa recebeu R$ 1,1 milhão do sindicato, mas há suspeitas de que ela seja de fachada — desde 2018, não tem funcionários registrados e seu endereço é uma pequena casa sem identificação comercial. “Essa mesma pessoa jurídica recebeu do Sindnapi R$ 1.168.998,58, embora registrada em endereço residencial e não apresente funcionários no CAGED desde 2018?, escreveu a Procuradoria-Geral da República.

O presidente anterior do Sindnapi, João Batista Innocentini, que já morreu, também é citado por ter feito transferências de R$ 328 mil a um escritório de advocacia pertencente ao seu genro e ter recebido recursos de uma outra pessoa ligada ao sindicato.

Procurado, o Sindnapi não se manifestou. Em nota divulgada na semana passada, a defesa do Sindnapi negou irregularidades nos descontos das aposentadorias e manifestou “absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados”.

“A exemplo do procedimento adotado nas demais demandas judiciais, o Sindnapi comprovará a lisura e legalidade de sua atuação, sempre em prol de seus associados, garantindo-lhes a dignidade e respeito que são devidos”.

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