Procuradores de 17 estados americanos pedem ao governo Trump que boicote a COP30

O Procurador-Geral da Virgínia Ocidental, John McCuskey, e procuradores-gerais de 16 outros estados pediram na quinta-feira (23) ao governo Trump que não compareça à COP30, conferência climática da ONU que ocorrerá no próximo mês no Brasil, argumentando que a participação legitimaria políticas contrárias à agenda do presidente Donald Trump.

O governo ainda não confirmou se enviará uma delegação oficial à cúpula, que começa em menos de um mês. Trump iniciou o processo de retirada dos EUA do Acordo de Paris global sobre mudanças climáticas, mas o país permanece, por enquanto, como parte do acordo.

Em uma carta de 23 de outubro, endereçada ao secretário do Interior, Doug Burgum, ao secretário de Energia, Chris Wright, e ao administrador da Agência de Proteção Ambiental, Lee Zeldin, McCuskey afirmou que os EUA deveriam se opor às "políticas anticarvão, antigás e antipetróleo que a COP promove", as quais, segundo ele, são baseadas em "teorias climáticas frequentemente contestadas".

Ele escreveu que o carvão, o gás e o petróleo são essenciais para que o país atenda à crescente demanda de eletricidade impulsionada pela inteligência artificial e pelos data centers. Ele criticou a energia solar e eólica como não confiáveis e mais caras do que as fontes de energia tradicionais.

Uma análise da BloombergNEF, de fevereiro, descobriu que novas fazendas eólicas e solares superam as novas usinas de carvão e gás em custo de produção em quase todo o mundo.

Os estados cujos procuradores-gerais assinaram a carta incluem Alabama, Arkansas, Flórida, Geórgia, Idaho, Iowa, Kansas, Louisiana, Missouri, Montana, Nebraska, Oklahoma, Carolina do Sul, Dakota do Sul, Texas e Wyoming.

O Departamento de Estado não comentou sobre os planos dos EUA para a COP30 ou sobre a carta.

O gabinete do Procurador-Geral da Virgínia Ocidental liderou ou se juntou a uma série de batalhas contra políticas ambientais nos últimos anos.

No início deste ano, processou o etado de Nova York por sua lei sobre fundos para Mudanças Climáticas (Climate Change Superfund Act) e, em 2024, processou a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (US Securities and Exchange Commission) por sua regra que exige que as empresas públicas divulguem riscos relacionados ao clima.

O estado foi o principal autor no caso histórico no qual a Suprema Corte decidiu limitar a autoridade da agência federal para regulamentar as emissões de gases de efeito estufa de usinas de energia.