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Senado dos EUA aprova medida que considera ilegais as tarifas de Trump contra o Brasil

Senado dos EUA aprova medida que considera ilegais as tarifas de Trump contra o Brasil

Parlamentares aprovaram resolução que contesta base legal e determina cancelamento das sobretaxas de 40% na noite desta terça

Por Julia Chaib/Folhapress

28/10/2025 às 20:55

Foto: Reprodução/Instagram

Imagem de Senado dos EUA aprova medida que considera ilegais as tarifas de Trump contra o Brasil

Os presidentes Lula e Donald Trump em reunião na cúpula dos países asiáticos

O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (28) a derrubada da maior parte das tarifas aplicadas ao Brasil, considerando ilegal a motivação das sobretaxas, numa demonstração de repúdio à medida aplicada pelo presidente Donald Trump.

A resolução analisada pelos senadores passou por 52 votos —dos quais cinco do Partido Republicano— a 48. O texto contesta a base legal das tarifas adicionais de 40% aplicadas pelos EUA ao país em julho e determina que elas sejam imediatamente canceladas. Essas sobretaxas se somaram às de 10% que estavam em vigor desde abril, totalizando 50% de sobretaxas aos produtos brasileiros.

Isso não significa, porém, que elas serão efetivamente suspensas. Isso porque a medida precisa passar pela Câmara, onde os republicanos aprovaram norma impedindo a análise de projetos que questionem as tarifas de Trump. Ou seja, a resolução não deve ser nem pautada na outra Casa do Legislativo.

Ainda assim, a decisão do Senado mostra uma contrariedade por parte dos parlamentares, inclusive do partido de Donald Trump, com a medida. O gesto dos senadores também pode dar força ao Brasil na atual negociação com os EUA para reduzir as tarifas.

Trump justificou as tarifas de 40% adicionais alegando que o STF (Supremo Tribunal Federal) emitiu decisões que censuram empresas e cidadãos americanos. Afirmou também ver um processo de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O presidente americano recorreu a IEEPA (Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional) para embasar sua decisão de aplicar tarifas a todos os países sem precisar passar pelo Congresso. A resolução foi proposta pelo senador Tim Kaine, da Virgínia, com o apoio de outros senadores. Para Kaine e diversos analistas, não há emergência que justifique as sobretaxas ao Brasil.

A proposta foi aprovada nesta quinta pelos senadores republicanos Rand Paul, Thom Tillis, Lisa Murkowski, Susan Collins e Mitch McConnell.

Ao site Punchbowl News, Tillis diz considerar a razão para as tarifas equivocada. "A motivação por trás disso parece ser um desacordo com um processo judicial, e eu simplesmente não acho que isso seja uma base sólida para usar o instrumento comercial", afirmou o senador do partido de Trump.

O líder da minoria democrata, Chuck Schumer, de Nova York, alegou durante a votação desta terça que Trump se valeu de uma falsa emergência para tentar ajudar um aliado político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ele também chamou de "infantis" as tarifas aplicadas contra o Brasil e disse que, em última instância, ela prejudica o consumidor americano. Schumer citou o exemplo do café, que recebe as tarifas de 50%, e teve alta nos EUA.

Esta é a segunda vez que uma resolução do tipo passa pelo Senado. No início do ano, o senador Tim Kaine apresentou uma medida contra as tarifas emergenciais impostas sobre Canadá, cuja justificativa de Trump era uma pandemia de fentanil. À época resolução foi aprovada no Senado, com voto de republicanos, mas não chegou a ser analisada pela Câmara, que costuma barrar todas as medidas contrárias a Trump.

O Senado analisará novamente uma resolução contra as tarifas impostas contra o Canadá nesta semana.

Kaine reuniu-se em julho com um grupo de parlamentares brasileiros em Washington para conversar sobre tarifas.

No comunicado sobre o projeto, os senadores lembram que os EUA importam mais de US$ 40 bilhões anualmente do Brasil, sendo quase US$ 2 bi em café. Para eles, atrapalhar o comércio entre os países prejudica as economias e aproxima o Brasil da China.

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