Home
/
Noticias
/
Exclusivas
/
Vereador Hamilton Assis diz que combate ao crime deve ser feito com inteligência
Vereador Hamilton Assis diz que combate ao crime deve ser feito com inteligência
Por Reinaldo Oliveira, Política Livre
29/10/2025 às 19:45
Atualizado em 29/10/2025 às 22:47
Foto: Política Livre
O vereador Hamilton Assis (PSOL)
Hamilton Assis (PSOL) criticou, nesta quarta-feira (29), a megaoperação policial realizada na terça-feira (28), no Rio de Janeiro, que deixou mais de 100 mortos. O vereador classificou a ação como “ultrapassada e ineficaz”. De acordo com o psolista, o modelo atual privilegia o uso da força em vez da inteligência e da investigação, atingindo principalmente jovens pobres e negros das comunidades.
“Primeiro, é lamentável. Isso revela um modelo de combate ao crime organizado completamente ultrapassado, sobre o qual já fazemos críticas há muito tempo, principalmente especialistas e analistas de segurança. Investe-se muito pouco em investigação, e as polícias estão sucateadas. Onde a inteligência é usada de forma estratégica, é possível desabilitar organizações criminosas sem disparar um tiro”, afirmou.
O vereador citou, como exemplo de combate ao crime organizado com base em inteligência, a recente operação policial realizada em São Paulo, na região da Faria Lima, que descobriu ramificações do PCC em postos de combustíveis, hotéis e até refinarias.
“Quantas pessoas morreram? Pelo menos nenhuma, que eu tenha conhecimento de forma objetiva. No entanto, nas comunidades populares, parece que a violência se naturalizou”, acrescentou.
Hamilton também criticou a lógica das operações, ao afirmar que “quem vai para a ponta, geralmente, são pessoas pobres e negras, enquanto governadores e secretários da Segurança permanecem distantes”.
“Os principais articuladores nunca vão atrás dos criminosos. São os filhos das classes trabalhadoras que vão para esses territórios e acabam coagindo outros pretos e pobres como eles, rotulando-os como marginais”, continuou.
Segundo o vereador, o combate ao crime organizado deve ter uma abordagem diferente e com políticas públicas efetivas. “O uso da força é apenas uma das formas de enfrentamento. O problema das raízes do crime está na degeneração do tecido social, causada pela pobreza, miséria, desigualdade e falta de oportunidades. É preciso enxergar os jovens como potência e não como marginais”, finalizou.
