Tribuna Popular e Pinga-Fogo são destaques em sessão ordinária da Câmara de Salvador

Reinaldo Oliveira

Após uma semana sem sessão ordinária, a Câmara Municipal de Salvador (CMS) voltou a receber os edis nesta segunda-feira (3), durante a realização da 72ª sessão ordinária, marcada pela Tribuna Popular e pelo tradicional Pinga-Fogo.

Ao abrir a sessão, o presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB), fez a leitura dos requerimentos de licenças de edis. Já o primeiro secretário, vereador Cláudio Tinoco (União Brasil), afirmou, durante a leitura do expediente, que o prefeito Bruno Reis (União Brasil) enviou um requerimento de veto parcial aos Projetos de Lei 175/2025 e 396/2025.

O PL 175/2025 trata da Lei de Ordenamento e Uso do Solo do Município (LOUOS) e o 396/2025 se refere à reforma da carga tributária.

Na primeira Tribuna Popular do dia, as representantes da Associação de Pacientes Diabéticos da Bahia, Caroline Bulcão e Sabrina Soares, destacaram a gravidade da doença e solicitaram o apoio dos vereadores à ampliação do acesso aos sensores de monitoramento contínuo de glicose na rede pública de saúde. As proposições em tramitação preveem o fornecimento do equipamento a crianças, adolescentes e jovens com diabetes tipos 1 e 2, com a possibilidade de futura extensão para outras faixas etárias.

Autor de uma das iniciativas, o vereador Orlando Palhinha (União Brasil) usou a tribuna do Plenário Cosme de Farias para reafirmar o compromisso com a causa e informou ter solicitado uma audiência com o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Alves, para reforçar o pleito junto ao Executivo. Com o apoio da vereadora Marta Rodrigues (PT), ele pretende também levar a proposta ao Governo do Estado.

“A luta é pela garantia de mais qualidade de vida, segurança e controle para crianças, adolescentes e jovens com diabetes. Essa tecnologia permite evitar picos de glicose, reduzir complicações e facilitar o acompanhamento médico”, disse Palhinha.

Em seguida, a presidente da Associação Vozes Gagas, Alessandra Martins, defendeu a implementação de políticas públicas que “assegurem que a sociedade compreenda a gagueira não como uma deficiência, mas como uma forma diferente de comunicação”.

A vereadora Marta Rodrigues (PT) aproveitou a ocasião para lembrar o Projeto de Lei nº 269/2025, de sua autoria, que institui a Política Municipal de Atenção à Gagueira e à Pessoa que Gagueja, já aprovado pela Casa. O texto prevê ações de conscientização, combate ao preconceito e inclusão nas políticas municipais de saúde, educação e trabalho.

“Este debate é muito caro. Precisamos garantir condições de igualdade e o exercício pleno dos direitos e liberdades fundamentais das pessoas que gaguejam, promovendo a inclusão e enfrentando o preconceito e o bullying que ainda persistem”, afirmou a petista.

Após a realização das tribunas, os vereadores da oposição e da base governista aproveitaram para parabenizar a participação das duas associações na Casa Legislativa e ofereceram apoio a ambas. No entanto, apesar da oferta de apoio, os vereadores da base não abriram mão de fazer críticas à gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT), assim como os edis da oposição reiteraram críticas à gestão do chefe do Palácio Thomé de Souza.