Últimos corpos de pessoas assassinadas em operação
Por Redação
01/11/2025 às 15:22
Atualizado em 01/11/2025 às 18:26
Foto: Joédson Alves/Arquivo/Agência Brasil
As últimas famílias das pessoas assassinadas na Operação Contenção, do governo do Estado do Rio de Janeiro, no início desta semana, nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte, começam a deixar o Instituto Médico Legal (IML), no centro da cidade do Rio de Janeiro. Até ontem (31), a Polícia Civil informou que faltavam ser identificados apenas 8 corpos.

Os familiares relatam alívio pelo fim da peregrinação atrás de filhos, primos e netos, mas também indignação com a tragédia.
Grávida de poucos meses, Karine Beatriz de 26 anos, esteve no IML para reconhecer o corpo do esposo, Wagner Nunes Santana, pai de seu bebê, após três dias de busca na mata. Na sexta, ela contou que ele foi retirado de dentro de um lago na Serra da Misericórdia, na Penha.
"Após três dias de buscas consegui localizar o corpo, mas alívio eu só vou ter com repostas para as perguntar que não vão calar: "de onde vem pena de morte, se existe presídio, presídio é apenas enfeite? Até quando vai isso? ", questionou o governo, sobre a alta letalidade das operações no Rio, nos últimos anos. "Temos crianças assustadas, uma comunidade abalada, é muita dor", desabafou.
Ela contou que, independente das razões que levaram o esposo para o crime, o companheiro era um pai de família, trabalhador, responsável pelo sustento da casa e o cuidado.
"Independente dos erros dele, ele era trabalhador, era família, semana passada, estava ajudando a erguer uma casa na comunidade, ajudou a fazer o 'cabelo maluco' da minha filha. Tenho uma filha de 9 anos, que não era filha dele e ele fez o cabelo dela para escola, levou para brincar, sabe, são momentos que não vão voltar," explicou.
O corpo de Wagner foi retirado de um lago com um tiro na testa, segundo Karine. A polícia não esclareceu as circunstâncias do assassinato. Ela, conta que esteve desde os primeiros dias na mata e também denuncia execuções na ação.
"Eles não vieram prender ninguém, eles foram para matar. É até mesmo quem se entregou, eles mataram. Eu procurei, desde o primeiro dia, eu procurei um por um. Não sei o que fizeram, mas enterro vai ter de ser caixão fechado", relatou.
1 Comentário
Paulo
•
01/11/2025
•
17:33
