27 novembro 2024
Assim como aconteceu com Lula nas cinco eleições presidenciais que disputou, as mulheres são o calcanhar de aquiles de Dilma Rousseff. De acordo com cálculo do demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do IBGE, a candidata do PT teria sido eleita no primeiro turno não fosse o “gap” de gênero – a diferença de votos entre homens e mulheres. Com base em 45 pesquisas eleitorais realizadas neste ano por Datafolha, Ibope, Vox Populi e Sensus, Alves acompanhou a diferença de intenção de voto entre o eleitorado masculino e o feminino ao longo da disputa. De acordo com ele, a média das quatro últimas pesquisas realizadas antes do primeiro turno davam a Dilma 51% entre os homens e 43% entre as mulheres. A diferença de oito pontos percentuais, diz o demógrafo, representou cerca de 4,2 milhões de votos. Como Dilma teve 47,6 milhões de votos e precisava de pelo menos 50,85 milhões para ser eleita (considerando o mesmo universo de 101,6 milhões de votos válidos), “pode-se afirmar que foram as mulheres que jogaram as eleições para o segundo turno”, diz Alves. Apesar dos esforços da campanha, que direcionou ações específicas para seduzir o público feminino, o “gap” de gênero que valeu no primeiro turno permaneceu após o dia 3 de outubro. (Folha)