Eduardo Salles

Setor Produtivo

Eduardo Salles é engenheiro agrônomo com mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Está no seu terceiro mandato de deputado estadual e preside a Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, além da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Produtivo. É ex-secretário estadual de Agricultura e ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (CONSEAGRI). Foi presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia e da Câmara de Comércio Brasil/Portugal. Há 20 anos é diretor da Associação Comercial da Bahia. Ele escreve neste Política Livre mensalmente.

Fortalecer a economia do mar é gerar emprego de forma sustentável

Quando uma expedição portuguesa, que tinha a bordo Américo Vespúcio, chegou no dia 1º de novembro de 1501 à costa da capital baiana, a batizou, como era de costume da Igreja Católica na época, como de Todos os Santos, em homenagem ao dia que antecede finados.

Patrimônio Cultural da Humanidade, a Baía de Todos os Santos é a maior do Brasil e a segunda maior do mundo. Sem dúvida é uma bênção que nós baianos recebemos. Possuímos mais de 1.100 quilômetros de costa, sendo a maior do país, e também a terceira maior baía do território nacional: a de Camamu.

Do total de 417 municípios que têm em nosso Estado, cerca de cinco dezenas são banhados pelas águas mornas do Oceano Atlântico. Salvador e a Baía de Todos os Santos receberam em 2014 o título de capital da Amazônia Azul, que representa a área de 5,7 milhões de quilômetros quadrados na Zona Econômica de 200 milhas que circunda toda a costa brasileira.

Na agropecuária, o Brasil já provou que sabe tirar proveito das potencialidades oferecidas. A riqueza produzida no campo é responsável por parte significativa do PIB e grande gerador de empregos.

Mas, sem alardes, o Oceano Atlântico também tem sido pródigo com a economia brasileira. No conjunto das atividades econômicas relacionadas ao mar, temos 19% do PIB brasileiro. Na Bahia, a economia do mar gera R$ 80 bilhões anuais.

A pesca, a aquicultura e as indústrias de processamento, o turismo náutico, indústrias à margem do oceano e ligadas aos produtos do mar, a extração de petróleo e gás, o transporte marítimo de cargas e de passageiros, as instalações portuárias e a logística, a infraestrutura de obras marítimas, o construção e reparação naval, o turismo de cruzeiro e costeiro, o desporto, as energias renováveis, a mineração em águas profundas, a defesa das áreas marítimas e a investigação científica são algumas das atividades que compõem a economia do mar, ou economia azul. Mas podemos e queremos mais.

O mestre Gilberto Gil disse em uma de suas músicas que a Bahia já nos deu régua e compasso. Então, como lembra o poeta, podemos construir um futuro melhor com todas essas potencialidades que temos.

Agora em outubro realizamos na Assembleia Legislativa da Bahia uma sessão especial com a participação dos secretários estaduais de Planejamento, Cláudio Peixoto, de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, e o de Meio Ambiente, Eduardo Sodré, e representantes da Marinha do Brasil, Associação Comercial da Bahia, Câmara de Vereadores de Salvador, FIEB, FECOMÈRCIO, IBAMA, INEMA, Ministério Público, Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e a Associação Baiana de Imprensa para dar o pontapé inicial deste debate em nosso Estado.

O Estado do Rio de Janeiro criou uma secretaria e Fortaleza uma agência para debater, fomentar e regulamentar a economia do mar, tamanha é a importância do tema.

E para a Bahia não ficar fora desse debate, protocolei um projeto de lei que cria a Política Estadual de Incentivo à Economia do Mar. O objetivo é criar um arcabouço legal para o Executivo capacitar mão de obra, financiar pesquisa e abrir linhas de créditos especiais ao setor.

Fiquei muito honrado ao receber do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Adolfo Menezes, a responsabilidade de dar o pontapé inicial deste debate na Casa.

Tenho um histórico de trabalho na Assembleia Legislativa pelo setor produtivo e posso garantir aos senhores e à população baiana que, a partir de agora, ajudar nosso Estado a fortalecer sua economia do mar será uma das minhas missões nesta Casa.

Agradeço muito aos representantes da Marinha do Brasil, a Associação Comercial da Bahia, da Associação Náutica e outros que me municiaram ao longo dos últimos meses para conhecer mais sobre o assunto.

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