30 outubro 2024
Assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o embaixador Celso Amorim diz que é prematuro tirar conclusões sobre o efeito que o atentado contra o ex-presidente Donald Trump terá na eleição americana.
“É difícil neste momento avaliar o efeito que esse atentado vai ter. Não conhecemos as circunstâncias todas. Não se sabe direito nem quem vai ser o candidato democrata”, diz Amorim, em referência à pressão para que o presidente Joe Biden desista.
O assessor viaja nesta semana aos EUA, onde terá eventos acadêmicos e aproveitará para ter contatos com o governo americano. Uma das autoridades com quem ele deve conversar é Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca.
Segundo ele, não é possível dizer por enquanto que Trump terá um impulso eleitoral pós-atentado, como muitos analistas estão prevendo. “Obviamente os partidários do Trump vão tentar tirar proveito daquela foto dele ensanguentado, isso sem dúvida”, afirmou.
Amorim diz que nos EUA há um complicador adicional, que é o fato de a eleição não ser definida pelo voto direto, mas sim num colégio eleitoral. “Nenhuma pesquisa garante nada em nenhuma eleição, mas nos EUA é ainda mais difícil, porque ter mais votos não garante a vitória necessariamente”, diz.
O governo brasileiro não esconde a torcida pela vitória de Biden.
“Claro que temos identificação maior com o Biden, que inclusive defendeu a democracia no Brasil, além de ter uma política econômica e social mais parecida com a que queremos ter. Temos também algumas divergências de política externa, o que é natural”, declarou.
Fábio Zanini/Folhapress