26 novembro 2024
Ministro do PSB no governo Lula, Márcio França avalia que a legenda pode reconquistar um espaço na chapa majoritária na Bahia em 2026, em razão das movimentações partidárias que o jogo presidencial provocará.
“Seria bom o PSB estar na chapa. Eu acho que o quadro nacional vai começar a se separar a partir de janeiro do ano que vem nas duas placas tectônicas que controlam a política brasileira, que são os partidos. Há os partidos que estão com o presidente Lula e há os partidos que estão no governo de São Paulo e na Prefeitura de São Paulo, que são duas estruturas muito grandes e essas estruturas elas devem se separar”, afirmou, ao conjecturar que o MDB e o PSD, atuais aliados do PT na Bahia, podem ser capturados pela oposição a Lula.
“Nós vamos ter lá uma candidatura possivelmente a presidente da República e essa estrutura que tem lá tem MDB, tem PSD, tem PR [PL], Republicanos, são partidos que já estão nessa estrutura. Eles hoje fazem parte do governo federal, mas uma hora vai ter que todo mundo saber se ajoelha ou se reza. As duas coisas ainda não podem”, afirmou França, ao propor o nome da deputada federal Lídice da Mata para majoritária baiana, durante entrevista antes do evento em Salvador, na última sexta-feira (22), que reuniu prefeitos e vice-prefeitos eleitos pelo PSB.
“Nós temos um quadro como a Lídice que já teve a experiência de prefeitura, teve a experiência do Senado e no parlamento também várias vezes na Câmara, é um nome que está sempre disponível para qualquer assunto, experiência não falta”.
O desenho para a chapa de 2026 já é motivo de contenda na base governista, já que o MDB reivindica manter o posto de vice, mas sem assegurar Geraldo Júnior, e o PSD quer a reeleição do senador Angelo Coronel, junto com a recondução de Jaques Wagner (PT). No centro desse embate está o desejo já manifesto do ministro Rui Costa de disputar um assento no Senado Federal.
O ministro ancora sua argumentação para reaver espaço ao PSB na majoritária local no exemplo da composição entre Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que segundo ele foi crucial para a vitória sobre Bolsonaro em 2022. A última vez que o PSB esteve na majoritária na Bahia foi em 2010, quando Lídice foi eleita ao Senado junto com Walter Pinheiro. Na tentativa de reeleição em 2018, ela foi rifada para que Coronel pudesse concorrer.
“Cada vez mais a gente percebe também que o PT amadurece para perceber que as posições deles que mais dão certo são quando eles caminham mais em direção à centro-esquerda. É o que aconteceu quando foi, por exemplo, a opção do Alckmin. Não fosse o Alckmin, talvez não tivesse tido aquela diferença de 1% e foi o suficiente para dar a vitória. Então, será que não tem também na Bahia pessoas com esse tipo de perfil que possam completar com o PT?”, ventilou.
Márcio França também destacou a performance do PSB nas eleições municipais deste ano. “O resultado eleitoral desse ano na Bahia foi muito positivo, o número de prefeitos eleitos, de vereadores foi acima da média. No caso do PSB nacionalmente a gente cresceu quase que 100% a mais em número de vereadores […] a gente alcançou mais de 6% dos votos no Brasil e foi a marca que nós havíamos alcançado quando nós tivemos 34 deputados na penúltima eleição”.
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