23 novembro 2024
João Carlos Bacelar é deputado estadual pelo PTN , membro da Executiva Nacional e presidente do Conselho Político do partido. Foi secretário municipal da Educação de Salvador e vereador da capital baiana. Escreve uma coluna semanal neste Política Livre aos domingos.
Depois da festa da virada, dos votos de Feliz 2014 e desejos compartilhados por um ano melhor, é tempo de planejar; ousar o esboço de 12 meses de trabalho em prol da educação. Ano de Copa do Mundo e de muito empenho (ou deverá ser) das autoridades para mostrar ao planeta que o Brasil pode mais. Precisamos investir recursos materiais, em pesquisa, em vontade, em programas pedagógicos, reorganização de currículos, melhoria da rede escolar, aplicação de novas tecnologias, etc.
Em Salvador um grande esforço foi empreendido para reorganizar a educação. Pela primeira vez os docentes receberam um abono equivalente ao 14º salário. Uma conquista inédita acompanhada por um tablet, entregue através de contrato de comodato. A iniciativa da prefeitura de Salvador vai permitir que os professores se sintam efetivamente valorizados, imprescindíveis ao projeto que envolve um salto de qualidade na educação da rede municipal com cerca de 135 mil alunos.
No Brasil a partir da década de 70, referência de escola boa é a privada com estrutura impecável, colecionadora de títulos de seus professores, projetos arrojados de integração com a família e trabalho multidisciplinar. No entanto, precisamos enxergar além e descobrir alternativas a serem estendidas também à rede pública.
Na capital baiana foram ofertadas em 2013 mais vagas em creches pertencentes à rede ou conveniadas. A previsão é que sejam construídas 55 creches em 2014 com uma meta de 100 unidades até o final da gestão.
Foram criadas ainda no início de 2013 um total de 10 escolas em tempo integral organizadas com 8 tempos de aula diários e três refeições para os alunos. Também o Projeto Mais Educação para alunos do ensino fundamental leva oficina de reforço escolar, artes, esporte, cultura, meio ambiente, tecnologia de acordo com a escolha da escola e do projeto político pedagógico adotado.
Por aqui, as coisas vem sendo desenhadas a partir de um embasamento conquistado através de pesquisa, diálogo e experiência de quem faz e de quem vivencia diariamente a educação. Um projeto que começou antes e que tem muito a ser desenvolvido.
A política educacional em nossa cidade está sendo reforçada com vontade política e pelo menos R$ 26 milhões utilizados para o pagamento do abono (14º salário) e compra dos tablets. Para o Prefeito ACM Neto, a administração vai até o limite pela educação sem partidarizar ou politizar a questão. Ou seja, educação, desde sempre, tem que ser prioridade para qualquer governo, independente do gestor pertencer ao mesmo partido ou não de seu antecessor.
Em jogo, o futuro de uma nação que se acostumou equivocadamente a construir presídios em detrimento de escolas profissionalizantes, e não dar conta de milhões de doentes que se tivessem mais conhecimento se preveniam mais, adoecendo menos.
Política que dá certo começa com P de planejamento, de prevenção, de providências certeiras para evitar gastos milionários – e nem sempre eficazes- a fim de remediar doenças sociais, tragédias que poderiam ser evitadas. Educação concentra tudo isso. Basta investir e gerenciar com atenção para que seja reorganizado um país carente de ideias responsáveis e interessadas em transformação.