23 novembro 2024
A poucos dias das eleições 2018, a secretária-geral do PSL em São Paulo, Letícia Catel, foi afastada do cargo. A decisão foi tomada pelo presidente do partido de Jair Bolsonaro, Gustavo Bebianno, depois de desavenças com a empresária. Ela continua filiada à sigla. Após a decisão, Letícia foi barrada na porta do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde Bolsonaro está internado desde o dia 7. O controle de acesso ao candidato tem sido organizado por Bebianno. Eles não quiseram comentar o caso. Letícia era responsável pela área administrativa do partido. Ela cuidava, por exemplo, dos registros dos cerca de 200 candidatos em São Paulo. Também era presidente da comissão de ética e uma das principais interlocutoras entre os candidatos e a cúpula da sigla. Quando ganhou espaço dentro do PSL, passou a fazer reuniões diretamente com Jair Bolsonaro, que conheceu por meio de um dos filhos do candidato, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Essa movimentação em torno do presidenciável começou a incomodar Bebianno, segundo pessoas próximas a ele. Letícia ainda teria ignorado ordens da presidência, fazia eventos sem consultar a cúpula e teria telefonado para Paulo Guedes, responsável pelo programa econômico de Bolsonaro, para dizer que ele deveria ir a uma entrevista na TV – opinião contrária à de integrantes da sigla. “Em vez de cuidar da parte burocrática, ela começou a fazer articulações, criando uma série de problemas”, disse um integrante da cúpula.
Estadão