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Marlúcia Paixão 04 de maio de 2020 | 11:19

Bahia é o estado mais prejudicado em PL do Senado sobre compensação de perdas, diz sindicato

economia

A Bahia foi o estado que mais perdeu com o projeto de compensação das perdas de arrecadação aprovado neste sábado (02) pelo Senado. O Estado receberá o menor valor por habitante, o que vai comprometer o combate ao covid-19 e a manutenção dos serviços básicos à população durante a pandemia. Já o funcionalismo público ficará com seus salários congelados por mais dois anos. Essa é a opinião do Sindicato dos Fazendários da Bahia (Sindsefaz). Para a entidade, o texto que havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados era mais justo, pois garantia aos estados os valores que fossem perdidos com a queda do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) durante os meses de crise, sem falar que não mexia na vida do servidor, que já vem sendo bastante sacrificado pelos governos.

Segundo Marlúcia Paixão, diretora do Sindsefaz e vice-presidente da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), os estados do Nordeste, principalmente a Bahia, foram os mais prejudicados. “O projeto é uma clara perseguição a dois segmentos da sociedade, pois impôs aos nordestinos os menores valores, além de punir os servidores públicos com o congelamento salarial até 2021, como queria o ministro da Economia, Paulo Guedes”, dia a fazendária baiana, após analisar tabela elaborada pela assessoria do Comitê Nacional de dos Secretários de Fazenda dos Estados e do DF (Comsefaz).

A dirigente do Sindsefaz diz que o funcionalismo estadual já está com vencimentos congelados há cinco anos e meio. “Nossas perdas acumuladas entre 2013 e abril deste ano já ultrapassam 32% e devem chegar próximas de 40% ao final de 2021 caso este PL não seja modificado pelos deputados”, diz Marlúcia.

O Amapá (R$ 604,14 por habitante), estado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, vai receber por habitante 4,5 o que receberá a Bahia (R$ 135,49 por habitante). O estado do Nordeste menos prejudicado é Sergipe, mesmo assim está na 14ª posição no ranking dos que receberão mais recursos por habitante.

Marlúcia diz que a Fenafisco, entidade da qual é vice-presidente, vai atuar junto aos deputados a partir desta segunda (04) para mudar o projeto e restabelecer justiça e seriedade. “É inconcebível que em um momento de crise e sofrimento, o Nordeste e o funcionalismo continuem sendo alvo da política genocida e xenófoba do governo federal”, reclama. Ela diz que os fazendários baianos – que estão trabalhando durante a pandemia nos postos fiscais e volantes, correndo risco de vida – não aceitarão passivamente mais este ataque.

O Sindsefaz salienta ainda que possui uma série de propostas para amenizar as perdas de arrecadação de ICMS na Bahia e que espera que a administração da Sefaz acolha as ideias.

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