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Cineasta Josias Teófilo foi o diretor do documentário "O Jardim das Aflições", que trata da filosofia de Olavo de Carvalho 22 de julho de 2021 | 15:47

Cineasta critica Porciúncula e Frias por não prepararem celebrações ao Bicentenário da Independência

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O cineasta Josias Teófilo teceu críticas tanto ao secretário especial da Cultura, Mario Frias, quanto ao secretário nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciúncula, por não terem planejado até o momento nenhuma ação para celebrar os 200 anos da Independência do Brasil. As declarações do cineasta que dirigiu o filme sobre o filosofo Olavo de Carvalho, “O Jardim das Aflições”, foram realizadas nesta quinta-feira (22), pelo Twitter.

“Fiz uma crítica muito específica à Secretaria de Cultura. A crítica era a seguinte: até agora, final de julho, nada foi divulgado sobre o Bicentenário da Independência. Sei que existem planos da Secom, mas não da Secretaria da Cultura”, escreveu Teófilo. Ele prosseguiu: “Apesar de parecer, não é muito tempo para uma comemoração dessa importância. Aí veio aqui o André Porci falar da quantidade de processos que eles receberam e etc. Beleza, amigo, mas e 22? Mas tempo pra brigar com o Sérgio Sá Leitão eles têm”.

Leitão é o secretário de Cultura de São Paulo e tem protagonizado brigas pelas redes sociais com integrantes da Secretaria Especial da Cultura do governo Bolsonaro. Teófilo ainda foi irônico ao dizer que as discussões entre os dirigentes das pastas federal e estadual destinadas à cultura eram a única guerra cultural que travavam. A “guerra cultural”, para os conservadores, seria o passo anterior e que daria sustentação à guerra política – Olavo de Carvalho, por exemplo, entende que a presidência da República deveria ser o último estágio dessa luta político-cultural.

Antes, defende Olavo de Carvalho, seria necessário reverter a hegemonia de pensamento à esquerda que domina imprensa, meio artístico e academia antes de querer chegar à presidência. Segundo o filósofo que foi tema de documentário de Josias Teófilo, esse foi o caminho realizado pelo petismo até chegar à Presidência da República nas eleições de 2002.

A filósofa baiana Bruna Frascolla também entrou na discussão. “Se não vai fazer nadica de nada no bicentenário da Independência, por que não extinguir logo o ministério e acabar com os cargos? Ser secretário pago para dizer que não vai fazer nada por falta de dinheiro é meio esquisito. Que se extinga o cargo”, escreveu, no Twitter, a doutora em Filosofia pela UFBa.

A resposta de Frascolla ocorreu devido a este tweet de André Porciúncula dirigido ao cineasta: “Eu sei que, na sua vida corrida, de escritor da Folha de São Paulo, você não tem que se preocupar com detalhes banais, como orçamento. Mas, no nosso mundo, em que o governo gastou quase um trilhão na pandemia, temos que lidar com a realidade orçamentária do país”.

Josias Teófilo então retrucou. “É muito simples: o que está sendo feito para o Bicentenário da Independência? Nada foi divulgado até agora, e não existe nem tempo hábil para lançar um edital, por exemplo”. Ainda sobre a questão orçamentária, cineasta postou imagem de matéria com o seguinte título: “Viagem de Mário Frias a Veneza em que ele revelou desconhecer Lina Bo Bardi custou R$ 112 mil”. Ao comentar a imagem, o cineasta reforçou a ironia: “imagina viver à base do ‘a mamata acabou’ e ter que lidar com esse tipo de notícia”.

Davi Lemos
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