22 novembro 2024
Eduardo Salles é engenheiro agrônomo com mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Está no seu terceiro mandato de deputado estadual e preside a Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, além da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Produtivo. É ex-secretário estadual de Agricultura e ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (CONSEAGRI). Foi presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia e da Câmara de Comércio Brasil/Portugal. Há 20 anos é diretor da Associação Comercial da Bahia. Ele escreve neste Política Livre mensalmente.
A famosa estrofe do mestre Gilberto Gil serve muito bem para descrever as oportunidades de negócios que a Bahia possui em seus 567.295 quilômetros quadrados para beneficiar seus mais de 15 milhões de habitantes. A régua e o compasso oferecidos por nossa terra são uma bênção, sem dúvida nenhuma, mas precisam ser utilizados para criarmos e ampliarmos as cadeias produtivas do Estado, gerando emprego e renda à população.
Tenho como missão de homem público trabalhar pelo fortalecimento do setor produtivo baiano. Não há uma única ação que mova meu mandato de deputado estadual que não tenha como norte o desenvolvimento econômico do Estado.
Neste mês de outubro, ao lado do vice-governador e secretário estadual de Planejamento, João Leão, e dos secretários estaduais de Turismo, Maurício Bacelar, de Agricultura, João Carlos Oliveira, o reitor na UNIVASF (Universidade Federal do Vale do São Francisco), Paulo Fagundes, participei, como presidente da Frente Parlamentar do Setor Produtivo e representante da Assembleia Legislativa, de viagem a Portugal e à França para a atração de investimentos à Bahia.
Essa missão de negócios capitaneada por João Leão deixou claro o leque de oportunidades que temos para atração de investimentos e quanto há espaço para o crescimento da agropecuária e turismo baiano. A Chapada Diamantina e o Vale do São Francisco, cada uma com sua peculiaridade, são duas regiões que têm demonstrado suas capacidades de produção e vinhos.
No Vale do São Francisco esse trabalho iniciou há alguns anos. Um bom exemplo é a Miolo, em Casa Nova. A empresa gera milhares de empregos desde o cultivo das uvas viníferas, especialmente para espumantes, até a industrialização e comercialização das garrafas. Tive a honra de participar do anúncio da área plantada pela empresa.
Quando estive à frente da Secretaria Estadual de Agricultura, pude apoiar a criação do projeto Vapor do Vinho, criado em 2011, e que consiste em levar turistas pelo rio São Francisco, passando pela eclusa da barragem de Sobradinho, visitando propriedades que investem na fruticultura irrigada e finalizando na fazenda da Miolo, com degustação na adega da empresa. Um marco na Bahia, sem dúvida.
No Vale do São Francisco, mesmo com a alta temperatura do clima tropical semiárido, o conhecimento produzido nas últimas décadas permite a produção de até duas safras anuais.
Na Chapada Diamantina, tão rica em belezas naturais, como cachoeiras, cânions, trilhas e rios, a produção de uvas viníferas é mais recente, mas também bastante promissora.
Em 2010, na Secretaria Estadual de Agricultura, com o apoio de outros visionários, conseguimos implantar um experimento em Morro do Chapéu e expandimos para Mucugê.
Com altitude média superior a 1000 metros e temperaturas adequadas de clima tropical de altitude, Morro do Chapéu tem excelentes resultados a cada safra e espera ampliar sua área plantada nos próximos anos.
Em Mucugê, na Fazenda Progresso, conhecida pela produção de café de alta qualidade, um investimento de R$ 50 milhões vai criar um complexo com hotel, restaurante e vinícola.
Tenho uma vida dedicada à agropecuária baiana no setor privado ou no público. Seja por empresas, como secretário estadual de Agricultura e deputado estadual, nunca participei de uma viagem de negócios tão promissora como essa. Tenho certeza que estabelecemos importantes pontes com o setor produtivo português e poderemos, muito em breve, colher os frutos.