Foto: Marcos Corrêa / PR / Arquivo
Anderson Torres 08 de janeiro de 2023 | 17:28

Secretário de Segurança do DF, ligado a Bolsonaro, Anderson Torres é exonerado depois de ataques a poderes em Brasília

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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), exonerou na tarde deste domingo (8) o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres.

Torres era ministro da Justiça do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e assumiu a pasta do governo local no início deste ano. A leniência da Polícia Militar do DF com manifestantes que invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes, no entanto, tornou insustentável a presença de Torres no Executivo local.

Manifestantes bolsonaristas com pedidos antidemocráticos entraram na Esplanada dos Ministérios, invadiram áreas do Congresso, do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal) e entraram em confronto com a PM.

Torres está nos Estados Unidos de férias neste domingo. Ele disse, nas redes sociais, que determinou ao setor de operações da Secretaria de Segurança Pública providências imediatas para o restabelecimento da ordem no centro de Brasília.

Torres era secretário de Ibaneis antes de assumir o ministério no governo Bolsonaro. Com a derrota eleitoral do ex-presidente, foi convidado a retornar ao posto, uma vez que o emedebista se reelegeu para chefiar o Executivo da capital.

Torres era um dos nomes de confiança de Bolsonaro e chegou a virar alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal), que apura a realização de uma live feita pelo ex-mandatário em que divulgou uma profusão de mentiras sobre as urnas eletrônicas.

Nesta semana, a ida de Torres para o governo do DF já estava em risco devido a uma portaria do ministro da Justiça, Flávio Dino, que abria espaço para barrar a permanência dele no novo cargo.

O ato publicado determina que quem responder a inquéritos policiais não pode ser cedido pelo ministério a outros órgãos.

O ex-ministro é policial federal, mas precisa da autorização da pasta da Justiça para atuar em outro órgão.

De acordo com a regra, os órgãos devem solicitar novamente a cessão dos funcionários para que seja feito um recadastramento.

Os inquéritos policiais investigam fatos, e não pessoas. Portanto, seria preciso questionar o relator das apurações para que sejam detalhados quem são os investigados.

O governador do Distrito Federal havia dito à Folha que faria um novo pedido ao Ministério da Justiça para que Torres continuasse à frente da Secretaria de Segurança Pública. “O Anderson não está indiciado em nenhum inquérito e não responde a nenhum processo”, disse.

Neste domingo, porém, Ibaneis anunciou a exoneração dele.

Raquel Lopes / Folhapress
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