9 maio 2025
Permanece inalterada a decisão do PT de Salvador de, na noite desta quarta-feira (18), reunir seus membros e a militância para começar a afunilar a escolha dos pré-candidatos à Prefeitura de Salvador em 2020. A decisão, no entanto, é uma espécie de rebelião ao calendário aprovado pela Executiva Estadual ontem, que prevê as definições sobre tática eleitoral, política de alianças e escolha de candidaturas somente após terminado o prazo de filiações, ou seja, depois de encerrada a chamada “janela eleitoral”, em 20 de maio.
Nos bastidores, o comentário é o de que a proposta estadual teria por objetivo favorecer o ingresso de Guilherme Bellintani na sigla, nome que agrada à cúpula partidária, mas encontra resistência na base e na militância, e até agora não se definiu se irá para o PT ou outro partido da base do governador Rui Costa (PT) a fim de poder disputar a eleição. Com a aceleração do processo de escolha do candidato petista pelo PT municipal, o presidente do Esporte Clube Bahia poderia perder o timing para ter seu nome submetido à escolha do partido.
Apesar da antecipação, as decisões da Executiva Estadual do PT deverão se subordinar, no futuro breve, ao calendário da Executiva Nacional, que, de fato, organiza, direciona e regulamenta o processo eleitoral. Em conversa com este Política Livre, Ademário Costa, presidente municipal da sigla, com aparente tranquilidade, afirmou que “o diretório municipal não pode esperar até maio”. “Nós não podemos brincar de fazer eleição. Nós temos uma chapa de vereadores para cuidar, nós temos uma candidatura para colocar na rua, nós precisamos afunilar o processo, temos várias tarefas. Nós temos que escolher dos sete nomes (pré-candidatos) apenas um”, enfatizou Ademário, reforçando que é “normal” as esferas municipal e estadual submeterem seus calendários ao que for estabelecido nacionalmente.
“Não há dicotomia. De qualquer maneira, quando o nacional colocar esse calendário iremos submeter o nosso. Isso é normal. Mas daqui até lá temos obrigação de indicar nossa política. Não podemos ficar esperando até maio para indicar. Ou como vamos dialogar com Lula, com a Executiva Estadual, com o governador, com o senador, com os outros partidos se não tivermos indicado nossa política?”, questionou Costa.
“A ideia é chegar até maio com o trabalho já realizado. Aonde eu vou a militância me pergunta quem é o candidato. Quando vamos tomar essa decisão. Eu preciso dialogar com esse sentimento. Sairemos hoje com um método e a data de escolha do candidato ou candidata”, completou.
Em crescimento
Com uma pré-candidatura em franco processo de crescimento interno, a socióloga Vilma Reis, ao comentar as decisões do PT estadual, rechaçou que o alargamento do prazo pudesse prejudicar sua ascensão, conforme reclamaram alguns apoiadores. “O alargamento do prazo favorece. Entendemos que a nova estética política é com as mulheres negras. Estamos aqui muito firmes na nossa decisão. Então, não altera o processo que temos realizado. Ao contrário, vai fortalecer porque nossa posição de diálogo é falar com todas as tendências: Olha, estamos aqui, é para valer e até o fim”.
Na última semana, a corrente Articulação de Esquerda declarou apoio à candidatura de Vilma, defendendo que ela “simboliza aquilo que o partido possui de mais avançado”.
Mari Leal