Foto: MP/BA
A procuradora geral de Justiça, Norma Cavalcanti, dá posse à nova corregedora geral, Cleonice Lima 23 de março de 2020 | 18:15

Indignação e medo levam a ausência recorde em eleição para corregedora do MP da Bahia

exclusivas

Indignados com a decisão da procuradora geral de Justiça, Norma Cavalcanti, de realizar agora à tarde, de forma presencial, a eleição para a Corregedoria Geral do Ministério Público Estadual, apenas 22, dos 58 procuradores do MP baiano, compareceram hoje à sede da instituição para votar.

A ausência de 36 procuradores no pleito é considerada um marco na história de uma eleição para corregedor no MP baiano e foi colocada integralmente nas costas da procuradora-chefe, cuja decisão de fazer a eleição foi considerada “intransigente” por alguns dos membros do MP que se ausentaram da votação.

Mais cedo, este site havia antecipado que muitos ameaçavam não comparecer por possuir mais de 60 anos e, por este motivo, integrar o chamado grupo de risco para o coronavírus, para o qual a recomendação das autoridades sanitárias é a de se manter em confinamento.

Eles alegavam que a própria procuradora, que tem 62 anos, integra o grupo e que, além disso, como a eleita, Cleonice de Souza Lima, era candidata única, não deveria ter havido afobação para fazer a eleição, sugerindo que o pleito  poderia acontecer remotamente.

Alguns chegaram a lembrar que a Assembleia Legislativa fez duas votações importantes no dia de hoje – os pedidos de decretação de calamidade do prefeito ACM Neto (DEM) e do governador Rui Costa (PT) – por video conferência com colégio eleitoral semelhante – 63 parlamentares, dos quais só compareceram 59.

Diante da resistência dos procuradores, a procuradora-chefe chegou a emitir um ofício assegurando que tinha adotado todas as normas sanitárias para que o pleito ocorresse com segurança, além de permitir que chegassem em seus próprios carros ou nos do MP com motoristas com máscaras e álcool gel.

Também garantiu que o acesso ao local de votação seria pela frente do prédio do MP, para diminuir a distância entre os eleitores e as urnas e reduzir o tempo de permanência no espaço, além de prometer que não haveria distância menor do que 1,5 metros entre os presentes.

Mas o medo deve ter falado mais alto para a grande maioria. A nova corregedora, eleita à unanimidade, é formada em Direito pela UFBa e ingressou no MP em 1980. Como promotora de Justiça, atuou nas comarcas de Mairi, Queimadas, São Félix, Livramento de Nossa Senhora, Amargosa, Camaçari e Salvador.

Em 1997, foi promovida ao cargo de procuradora de Justiça, tendo atuado, desde então, nas Procuradorias de Justiça Cíveis. Cleonice Lima já integrou o Conselho Superior do MP em três composições.

Comentários