24 novembro 2024
Este Política Livre também conversou com um homem de 46 anos, que preferiu não se identificar, a respeito de posicionamentos que tinha logo no início da pandemia que, com o passar do tempo – e com a disseminação da doença -, deixou de ter.
“Eu não me considero um ‘negacionista’, como costumam classificar por aí, mas até o final do ano passado mais ou menos eu era contra certas medidas que eram tomadas tanto pela Prefeitura de Salvador quanto pelo Governo do Estado. Eu não entendia muito bem o objetivo do lockdown, por exemplo”, disse o auxiliar administrativo.
“Não fazia muito sentido para mim. A minha intenção em ser contra, porém, era a melhor possível. Eu me preocupava, ou melhor, me preocupo com as pessoas que necessitam do seu trabalho para sobreviver, sabe? Não era por mal a minha resistência ao lockdown. Mudei de ideia quando percebi a necessidade de se ganhar tempo para a abertura de novos leitos”.
“A economia é necessária, não tenho dúvidas disso, mas não podemos dar as costas para as pessoas que estão na fila de regulação aguardando por um atendimento. Um dia é muito tempo para quem está na fila. Já tive meus receios contra as vacinas também. Na verdade, ainda sou contra a sua obrigatoriedade. Porém, levantava certas dúvidas quanto à sua eficácia e ao modo que foi colocada à disposição para a população”, explicou.
“Mas hoje percebi que não temos muito tempo, precisamos correr contra ele. Se tantas agências pelo mundo já deram o veredito, inclusive a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], então por que resistir ou fazer certa campanha para que outras pessoas pensem como eu? Mas, repito: nunca foi por mal, foi por me preocupar com as pessoas. Eu não queria o caos. Não mesmo”, concluiu.
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Mateus Soares