25 março 2025
Pressionado pelo pouco tempo e a dificuldade de encontrar um nome que unifique o PT, cindido historicamente por várias correntes ideológicas, o grupo do presidente do partido, Éden Valadares, continua em busca de uma alternativa para apresentar à sucessão, depois da recusa do secretário Felipe Freitas (Justiça) em concorrer.
Um quadro lembrado recentemente para a disputa foi o ex-vereador Sandro Magalhães, presidente do PT em Serrinha. O próprio Felipe chegou a sugerir o nome do político do interior a Éden depois de ter apresentado as razões para não se lançar na disputa, apesar do sufoco em que o grupo se encontra.
De forma repentina, Éden anunciou na semana passada que abria mão de disputar a reeleição depois de seis anos à frente da direção estadual do partido alegando problemas pessoais e o desejo de coordenar as campanhas de Wagner, à reeleição, e de seu chefe de Gabinete, Lucas Reis, a deputado federal.
Uma pesquisa, no entanto teria revelado sua alta rejeição entre os filiados, agora eleitores diretos da nova direção partidária em eleições marcadas para julho próximo, portanto, daqui a quatro meses.
Pesquisa interna teria levado Éden a desistir de tentar reeleição no PT
A decisão do presidente abriu uma crise de sucessão no grupo, cuja maior liderança é o senador Jaques Wagner, de quem Éden foi assessor até desligar-se do gabinete para assumir a presidência do PT, em 2019. O nome de Sandro foi ventilado pela primeira vez num encontro do grupo de Éden.
À medida que passou a circular no partido, no entanto, começou a receber críticas, especialmente da corrente ligada ao deputado estadual Osni, principal liderança do PT na região de Serrinha, com quem Sandro rompeu ao forçar sua candidatura a prefeito no ano passado em desacordo com ele.
A postura do ex-vereador quase atrapalha os planos de Osni de indicar o petista Gika candidato a vice na chapa de Cyro (MDB), que se elegeu à Prefeitura da cidade. Mas Sandro não seria rejeitado apenas pela turma do deputado estadual.
Corre no PT a história de que o deputado federal Valmir Assunção teria decidido estimular a candidatura a presidente da militante Liu do MST após saber dos planos do grupo de Éden de lançar o nome do presidente do partido em Serrinha.
A renúncia de Éden e a dificuldade de encontrar um sucessor elevaram o clima no partido porque o controle da legenda assegura grande influência sobre a montagem da chapa de 2026, sobre a qual pode haver divergências entre Wagner, o governador Jerônimo Rodrigues e o ministro Rui Costa (Casa Civil).
Política Livre